AMAZÓNIA/violação dos direitos indígenas Vaticano alerta para destruição da Amazónia e violação dos direitos dos indígenas
AMAZÓNIA/violação dos direitos
indígenas
Vaticano alerta para destruição da Amazónia e violação dos direitos dos
indígenas
17 jun, 2019 - 12:55 • Ecclesia
(Instrumentum
Laboris do Sínodo 2019)
Encontro
convocado pelo Papa, para outubro, vai abordar consequências da exploração da
floresta e dos recursos hídricos, no “pulmão do planeta”.
Criança indígena no encontro com o Papa na Amazónia. Foto: Luca Zennaro/EPA |
O Vaticano denuncia num novo documento sobre a Amazónia a exploração levada a cabo por interesses económicos que ameaçam o “pulmão do planeta” e os direitos dos povos indígenas.
“A vida na Amazónia está
O texto conta com o contributo
das comunidades locais, que apontam o dedo a “interesses económicos e políticos
dos setores dominantes”, em particular “empresas extrativistas, muitas vezes em
conivência, ou com a permissividade dos governos locais, nacionais e das
autoridades tradicionais”.
Entre as ameaças elencadas
estão “os grandes interesses económicos, ávidos de petróleo, gás, madeira,
ouro, monoculturas agroindustriais”, bem como “megaprojetos de infraestruturas,
como as hidroelétricas e estradas internacionais, e atividades ilegais
vinculadas ao modelo de desenvolvimento extrativista” de minérios.
A Santa Sé dá voz a preocupações
sobre “a destruição múltipla da vida humana e ambiental, as doenças e a
contaminação de rios e terras, o abate e a queima de árvores, a perda maciça da
biodiversidade, o desaparecimento de espécies”.
“O território transformou-se
num espaço de desencontros e de extermínio de povos, culturas e gerações”,
adverte o “instrumentum laboris”, falando num “ponto de não-retorno”.
O documento orientador dos
trabalhos do Sínodo 2019 fala numa região “disputada” por várias frentes, com
“violação dos Direitos Humanos e destruição extrativista”, evocando os
“defensores dos direitos humanos” e os seus mártires, como a irmã Dorothy
Stang.
A religiosa católica,
defensora dos direitos dos povos ribeirinhos da floresta amazónica, tinha 73
anos e morava no Brasil há 30 quando foi assassinada a 12 de fevereiro de 2005,
com seis tiros.
A questão dos “povos
isolados”, particularmente vulneráveis, e os desafios levantados pela emigração
são outros temas abordados.
O Vaticano recorda que, na
Amazónia, “entre 70 e 80% da população reside nas cidades”, alertando para a
“urbanização da pobreza”, o aumento da violência e a corrupção.
Os responsáveis católicos
defendem a valorização da cultura e das línguas indígenas, na educação
institucional.
A assembleia de bispos convocada
a 15 de outubro de 2017 vai refletir sobre o tema ‘Novos caminhos para a Igreja
e para uma ecologia integral’, de 6 a 27 de outubro de 2019.
A Igreja Católica atua na
região através da Rede Eclesial Pan-Amazónica, REPAM, que inclui representantes
de comunidades católicas de nove territórios: Bolívia, Brasil, Colômbia,
Equador, Guiana, Guiana-Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.
Até hoje houve 14 assembleias
gerais ordinárias e três extraordinárias, as últimas das quais dedicadas à
Família (2014 e 2015).
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