BURKINA FASO/ perseguição cristãos Seis mortos em novo ataque à igreja cristã no Burkina Faso
BURKINA FASO/ perseguição cristãos
Seis mortos em novo ataque à igreja cristã no
Burkina Faso
14 May 2019
A voz dos Mártires - Portugal
Um grupo de homens armados
chegou de mota a uma igreja católica na cidade de Dablo, no Burkina Faso,
interrompendo uma missa e matando a tiro seis pessoas. Isso aconteceu apenas
duas semanas após uma igreja evangélica ter sido alvo de atiradores, que
mataram o pastor, os seus dois filhos e outras três pessoas durante o culto dominical.
O The
Guardian indica que os atacantes fizeram várias pessoas reféns antes
de fugirem. A France 24 cita uma fonte dos serviços de segurança do
país que indica que o atentado foi levado a cabo por "20 a 30 homens
armados".
A BBC afirma que os
residentes estão frustrados pela demora na resposta das forças militares que se
encontravam numa base do exército próxima. Fontes das forças de segurança
indicaram à AFP que foram enviados reforços militares desde Barsalogho para
ajudar nos esforços de busca e captura.
O presidente da câmara
municipal de Dablo, Ousmane Zongo, explicou ao The Guardian que não foram
feitas quaisquer detenções, e que se vive na cidade um “clima de terror”.
Cresce a Violência Terrorista
Segundo a AFP, desde 2015
morreram 400 pessoas no país em atentados terroristas levados a cabo por grupos
extremistas islâmicos incluindo o Ansarul Islam, o Grupo de Apoio ao Islão
e aos Muçulmanos e o auto-proclamado Estado Islâmico do Grande Saara. Em abril,
quatro católicos foram mortos numa aldeia próxima de Dablo. Semanas depois, um
ataque a uma igreja protestante em Silgadji fez seis mortos.
António Guterres, secretário-geral
das Nações Unidas, reagiu ao atentado através do Twitter: "Estou horrorizado pelas notícias que chegam do Burkina Faso.
Novamente um local de fé é alvo de violência. Os espaços de preces devem ser
abrigos, não alvos".
Já o presidente do Parlamento
Europeu, Antonio Tajani, sublinhou que “o genocídio de cristãos por
todo o mundo tem de parar”.
O presidente do Burkina Faso, Roch Kaboré, demonstrou pesar após o atentado, em declarações ao Burkina 24: "Condeno energicamente o ataque levado a cabo contra a igreja católica de Dablo. É completamente inaceitável".
O maior partido da oposição, o
UPC, chamou atenção para o crescendo de violência religiosa no Burkina Faso,
considerando a série de ataques a igrejas nos últimos meses como uma “nova
tática” de um inimigo comum: “A estratégia consiste em
dividir-nos, a opor-nos para nos fazer combater”. O UPC pediu que o
regresso da “tolerância lendária” do país.Cerca de 60% da população do Burkina
Faso é muçulmana, enquanto que 23% pratica o cristianismo, segundo um censo de
2006. Historicamente, os dois grupos mantiveram relações pacíficas, mas houve
um aumento visível nos incidentes violentos nos últimos quatro anos, ligado à
crescente presença de grupos extremistas na região.
Fonte: The Guardian/Observador
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