RD CONGO/genocídio Está a acontecer uma “tentativa de genocídio” na RD Congo
RD CONGO/genocídio
Está a acontecer uma
“tentativa de genocídio” na RD Congo
Desde 10 de Junho já morreram
160 pessoas na província de Ituri. Programa Alimentar Mundial declara região
como a segunda pior crise de fome no mundo.
3 de Julho de 2019, 12:56
considera que a violência na província de
Ituri, situada no Nordeste da República Democrática do Congo, é uma “tentativa
de genocídio”. Desde 10 de Junho já morreram 160 pessoas em consequência da
acção das milícias, afirmam as autoridades, e o Programa Alimentar Mundial
(PAM) declarou a situação como a segunda pior crise de fome actualmente no
mundo, a seguir ao Iémen.
“Claramente, isto parece uma
tentativa de genocídio. Para inflamar Ituri”, afirmou o chefe de Estado, numa
conferência de imprensa em Bunia, cidade da província. Tshisekedi considera que
o objectivo é “desestabilizar o poder em Kinshasa”.
O Presidente anunciou há dois
dias uma operação militar “em larga escala” para combater as milícias e impor a
ordem numa região há muito envolvida em confrontos. No entanto, a situação tem
piorado nas últimas semanas devido a aumento dos combates entre os Hema,
criadores de gado, e os Lendu, agricultores.
Além das mortes — o PAM diz
que só entre 10 e 13 de Junho morreram 117 pessoas —, a luta tem levado as
pessoas a fugir das suas casas e aumentado o preço dos alimentos. Esses dois
factores conjugados com a falta de rendimento, as colheitas destruídas por
causa dos insectos e o aumento das doenças epidémicas, transformam Ituri num
caso de emergência.
O PAM anunciou reforço da sua
operação de distribuição de alimentos em Ituri porque, diz Hervé Verhoosel,
porta-voz do PAM, “as pessoas estão a morrer de fome ou a malnutrição é tal que
estão a morrer”. “Esta crueldade sem sentido surge mesmo em tempo de colheitas,
obrigando as pessoas a abandonar as suas casas nas aldeias rurais com nada ou
quase nada”, acrescentou.
O Alto-Comissariado das Nações
Unidas para os Refugiados afirma que mais de 300 mil pessoas foram obrigadas a
abandonar as suas casas — 7500 cruzaram a fronteira com o Uganda —,
especialmente na região de Djugu. É neste território e em Mahagi, bem como na
província de Kivu do Sul, que a operação militar “em larga escala”, anunciada
por Tshisekedi no domingo, se vai realizar. O Presidente quer pôr um “ponto
final definitivo” nas dezenas de milícias que se movem à margem da lei numa região
rica em minerais.
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