PROSTITUIÇÃO/ escravatura Papa denuncia «escravatura» da prostituição
PROSTITUIÇÃO/ escravatura
Papa denuncia «escravatura»
da prostituição
Francisco assina prefácio de livro sobre «mulheres crucificadas», no qual recorda encontro de 2016 com
vítimas de tráfico e exploração sexual
O Papa
Francisco denunciou a escravatura a que são sujeitas mulheres de todo o mundo,
vítimas de tráfico e exploração sexual, no prefácio que assina para o livro
“Mulheres crucificadas”, divulgado hoje na Itália.
“Libertar
estas pobres escravas é um gesto de misericórdia e um dever para todos os seres
humanos de boa vontade. O seu grito de dor não pode deixar indiferente nem os
indivíduos nem as instituições”, refere o texto.
A obra
‘Mulheres crucificadas. A vergonha do tráfico relatada desde a rua’ é assinada
pelo padre Aldo Buonaiuto, da Comunidade Papa João XXIII, fundada por Oreste
Benzi.
Foi
esta a comunidade que o Papa visitou numa das ‘Sextas-feiras da Misericórdia’,
durante o último Jubileu, a 12 de agosto de 2016.
“Qualquer
forma de prostituição é uma redução à escravatura, um ato criminoso, um vício
repugnante que confunde o fazer amor com o descarregar os próprios instintos,
torturando uma mulher indefesa”, escreve Francisco.
É uma ferida na consciência coletiva, um
desvio ao imaginário corrente. É patológica a mentalidade segundo a qual uma
mulher é explorada como se fosse uma mercadoria, que se usa e depois se deita
fora. É uma doença da humanidade, uma maneira errada de pensar da sociedade”.
Evocando
a passagem pela
casa de acolhimento da Comunidade Papa João XXIII, Francisco confessa: “Não
pensei que lá dentro iria encontrar mulheres tão humilhadas, debilitadas,
exaustas. Realmente mulheres crucificadas”.
Com o Papa estiveram jovens libertadas do tráfico da
prostituição, oriundas da Roménia, Albânia, Nigéria, Tunísia, Itália ou
Ucrânia.
“Respirei
toda a dor, a injustiça e o efeito da subjugação. Uma oportunidade para reviver
as feridas de Cristo. Depois de ter escutado as narrações comoventes e tão
humanas destas pobres mulheres, algumas delas com o filho nos braços, senti um
forte desejo, quase exigência, de lhes pedir perdão pelas autênticas torturas
que tiveram de suportar por causa dos clientes, muitos dos quais se definiam
cristãos”, escreve Francisco.
O Papa
convida todos a pelo acolhimento das vítimas do tráfico da prostituição forçada
e da violência.
“Uma
pessoa nunca pode ser posta à venda”, sustenta, recordando o trabalho de quem
ajuda as vítimas, sujeitos “aos perigos e às retaliações da criminalidade, que
fez destas jovens uma inesgotável fonte de lucros ilícitos e vergonhosos”.
“Libertar
estas pobres escravas é um gesto de misericórdia e um dever para todos os seres
humanos. Ninguém pode voltar as costas ou lavar as mãos do sangue inocente que é
derramado nas estradas do mundo”, conclui o
Papa. OC
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