Jovens: chamados, apaixonados e enviados em missão Por P. Armando Soares
Jovens: chamados, apaixonados e enviados em missão
28 Julho,
2019 (JM-125)
Foto: Santuário de Fátima |
1.Não é necessário percorrer um longo caminho para tornar os
jovens missionários. Um jovem que vai em peregrinação, por exemplo, ao
Santuário de Fátima, para pedir ajuda à Virgem Maria e convida um amigo a
acompanhá-lo, com este gesto tão simples ele está realizando uma preciosa ação
missionária (Christus Vivit, 239).
Se soubermos ouvir o que o Espírito nos está dizendo, veremos
que os jovens enriquecem quando superam a timidez e encontram a coragem de ir
visitar as casas e os doentes, entrando assim, em contacto com a vida das
pessoas. Aí descobrem, além de sua própria família e grupo, um horizonte mais
amplo da vida. Ao mesmo tempo, sua fé e pertença à Igreja são
fortalecidas. Missões juvenis, em várias formas de voluntariado, que
geralmente são organizadas durante períodos de férias após um período de
preparação, podem despertar uma renovação da experiência de fé e também
abordagens vocacionais sérias (CV, 240)
Os jovens são capazes de criar novas formas de missão, nas mais
diversas áreas. Por exemplo, uma vez que eles se movem tão bem nas redes
sociais, podem falar de Deus, da fraternidade e do compromisso, nas suas
mensagens (CV, 241).
2.Os jovens precisam de ser respeitados na sua liberdade, «mas
necessitam também de ser acompanhados» pelos adultos, pela família (242) e
também pela comunidade. Isto implica compreensão, estima e afeto.
Os próprios jovens nos «descreveram» as caraterísticas que
esperam encontrar num acompanhador: «ser um cristão fiel comprometido na Igreja
e no mundo; uma tensão contínua para a santidade; não julgar, mas cuidar;
escutar ativamente as necessidades dos jovens; responder com gentileza;
conhecer-se; saber reconhecer os seus limites; conhecer as alegrias e as
tribulações da vida espiritual».
Fundamental é a «relação com os idosos», que ajuda os
jovens a descobrir a riqueza viva do passado, conservando-a na memória. Falando
de «sonhos e visões», o Papa Francisco observa: «Se os jovens e os idosos
se abrirem ao Espírito Santo, juntos produzem uma combinação maravilhosa: os
idosos sonham e os jovens têm visões» (CV, 192); se «os jovens se enraizarem
nos sonhos dos idosos, conseguem ver o futuro».
3. Apaixonados por Cristo, os jovens são chamados a testemunhar
o Evangelho em toda parte com suas vidas. Ser apóstolo não consiste em
carregar uma tocha na mão, em possuir a luz, mas em ser a luz […]. O
Evangelho, mais do que uma lição, é um exemplo. É a mensagem transformada
em vida real» (CV, 175)
O valor do testemunho não significa que a palavra deve ser
silenciada. Por que não falar sobre Jesus, por que não dizer aos outros
que Ele nos dá a força para viver, que é bom conversar com Ele, que é bom
meditarmos em suas palavras? Jovens, não deixeis o mundo arrastar-vos para
compartilhar apenas coisas negativas ou superficiais. Desejo que sintais
no vosso coração o mesmo impulso irresistível que moveu São Paulo quando disse:
“Ai de mim se não anunciar o Evangelho” ( 1 Cor 9,16) (CV, 144).
A missão não é fácil. Alguns jovens deram a vida para não
desacelerar o impulso missionário. Não espereis até amanhã para colaborar na
transformação do mundo com vossa energia, vossa audácia e vossa criatividade
(CV, 178), vossa dedicação e generosidade.
4.«Onde é que Jesus e a Igreja nos enviam? Não há limites.
O Evangelho é para todos. Não é só para aqueles que parecem mais próximos,
mais recetivos, mais acolhedores. Não tenhais medo de levar Cristo para
todos os ambientes, para os subúrbios existenciais, mesmo para aqueles que
parecem mais distantes ou mais indiferentes. O Senhor quer que todos
sintam o calor da sua misericórdia e do seu amor” (Homilia na Missa da 28ª JMJ Rio de
Janeiro – 28 de julho de 2013)
Convida-nos a ir sem medo com o anúncio missionário, onde quer
que estejamos e com quem quer que estejamos, no bairro, no estudo, no desporto,
quando saímos com amigos, fazendo trabalho voluntário ou no trabalho
quotidiano, compartilhai a alegria do Evangelho. É assim que o Senhor se
aproxima de todos. Jovens, ele conta com vossa coragem e com vosso entusiasmo
(CV, 177)
Somos enviados sobretudo aos pobres: “os pobres são
evangelizados e os doentes são curados”. A Igreja que Jesus fundou é uma Igreja
de ‘compaixão’ (cum+passio), com todos os que sofrem. E hoje temos um mundo que
é um grande ‘hospital de campo’ cheio de violência, de cultura da morte, de
falta de respeito pelo outro, e onde abundam ‘ideologias desumanas’ que
desprezam o homem: violando seus Direitos e Valores e ‘descartando’ os que não
produzem: crianças, velhos e doentes.
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