MADEIRA/viver a fé Missa no Dia da Região evocou 600 anos da «descoberta cristã» da ilha
MADEIRA/viver a fé
Missa no Dia da Região evocou 600 anos da «descoberta cristã» da ilha
Jul 1, 2019 - 18:00
D. Nuno Brás assinalou legado
de fé que deve ser mantido e reforçado «para o futuro»
Foto: Jornal da Madeira |
O bispo do Funchal presidiu
hoje, 1 jul 2019, à Eucaristia no Dia da
Região e das Comunidades Madeirenses, na igreja Matriz do Machico, e destacou a
marca cristã presente no território há 600 anos, feita de “tenacidade e sofrimento”, mas também “de festa, alegria, celebração”.
“A Madeira foi descoberta
cristã”, sublinhou D. Nuno Brás, em alusão à forma “como os navegadores portugueses tomaram posse destas novas paragens:
com a água do batismo” e “com a aspersão da mesma em nome de Deus”.
De acordo com o cónego e
cronista Jerónimo Dias Leite, a primeira missa na Madeira foi celebrada no dia
2 de julho de 1419, um momento que serviu como ponto de partida para a
dinamização “da vida” naquele território, em termos humanos e materiais, tendo
sempre como ponto de referência a “mesma
e única fé”.
Desde “os templos que foram
sendo construídos por toda a Madeira, pequenos e grandes”, até à vivência quotidiana “nas famílias, nas
comunidades, no trabalho”.
Uma fé atestada também pelas “inúmeras procissões que todas as semanas
povoam a Ilha” ou simplesmente em gestos
de “caridade, escondida a maioria das vezes das páginas dos jornais, mas
essencial para aquele que a acolhe e para aquele que a pratica”, acrescentou o
bispo do Funchal.
Apesar de enaltecer esta
matriz cristã presente na Região Autónoma da Madeira, o responsável católico
alertou para a necessidade de “não cruzar os braços”, mas cuidar e reforçar cada vez mais este legado,
tendo em vista o seu “aperfeiçoamento”.
“Por um lado, não podemos
deixar de reconhecer como muitas das nossas comunidades vão vivendo esta vida
nova: como o amor fraterno e o serviço do
Senhor são uma realidade; e não podemos deixar de reconhecer, igualmente, o
contributo essencial dos cristãos na vida da cidade: a vida social, económica e
política da Madeira foi e é em grande parte protagonizada pelos cristãos”,
disse D. Nuno Brás.
Não podemos deixar também de reconhecer os muitos
pecados, as muitas falhas e fracassos que marcaram estes 600 anos, seja por
parte dos cristãos tomados individualmente, seja por parte da comunidade cristã
no seu todo”.
Para o responsável católico,
este Dia da Região ou a celebração dos 600 anos da Descoberta da Madeira, que
amanhã se assinala, não podem ser uma ocasião para “olhar simplesmente para o
passado” e enaltecer “o que foi realizado”.
“Necessitamos de olhar para o futuro.
E este futuro só será verdadeiramente digno do passado que vivemos se
continuarem a existir comunidades cristãs que o sejam de verdade”, indicou D.
Nuno Brás.
O prelado apelou a Igreja e a
uma comunidade católica madeirense que saiba viver “cada vez mais e melhor o amor fraterno e o serviço do Senhor”,
que seja capaz de dar testemunho “desta vida nova no seio de toda a comunidade
humana” local, que seja “fonte de bênção” e que adote como “seus cada vez mais,
as alegrias e os sofrimentos” das pessoas.
“A história destes 600 anos é
a história de um povo cristão que desde o primeiro momento lutou por, acolhendo
o amor e a vida de Deus no seu quotidiano, humanizar e divinizar não apenas as
terras como as próprias relações humanas”, reforçou o
bispo do Funchal, fazendo votos de que todas as comunidades atuais possam
continuar a “corresponder a esta história”.
Os navegadores portugueses
João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira chegaram à Ilha do Porto Santo em
1418 e um ano depois descobriram a Madeira, sendo que a chegada aconteceu a 1
de julho de 1419 mas o desembarque, a primeira missa e a exploração do território
tiveram lugar no dia seguinte.
O padre Fernando Eusébio de
Castro e as Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus foram hoje
galardoados pelo Governo Regional da Madeira, em cerimónia que decorreu no
Fórum Machico.
O salesiano Fernando Eusébio
de Castro recebeu, a título póstumo, a Insígnia Autonómica de Distinção.
Entre as 10 Insígnias
Autonómica de Bons Serviços impostas neste dia 1 de Julho, uma foi atribuída às
Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, nas duas instituições que
gerem na Região (Casa de Saúde Câmara Pestana e Centro de Reabilitação
Psicopedagógica da Sagrada Família). JCP/OC|Ecclesia
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