CRIANÇAS/2018 mortas guerra 2018 teve o nível mais alto de crianças mortas ou mutiladas em conflitos armados
2018 teve
o nível mais alto de crianças mortas ou mutiladas em conflitos armados
30 julho 2019 ONUNEWS
CRIANÇAS/2018 mortas guerraPaz e segurança
De
acordo com último Relatório Anual do Secretário-Geral sobre Crianças e
Conflitos Armados, foram verificadas mais de 24 mil violações cometidas contra
crianças nos 20 países que constam na agenda de Crianças e Conflitos Armados.
O
contínuo combate entre as partes em conflito, novas dinâmicas de conflito e
táticas operacionais, combinadas com a desconsideração generalizada do direito
internacional tiveram um efeito arrasador sobre as crianças em 2018.
O
ano foi marcado pelos níveis mais altos de crianças mortas ou mutiladas em conflitos
armados desde que as Nações Unidas começaram a monitorar e denunciar essa
violação grave.
Guterres
O secretário-geral
disse estar “desanimado com o nível crescente de graves violações cometidas
contra crianças”. De acordo com o relatório, no período verificado, meninas e
meninos sofreram o impacto de novas e prolongadas crises e suportaram violações
como assassinato e mutilação, recrutamento e uso por forças armadas e grupos
armados, sequestro, violência sexual, ataques a escolas e hospitais e a negação
de acesso humanitário.
António
Guterres afirmou estar “particularmente chocado com o número de crianças mortas
ou mutiladas no ano passado nas 20 situações de países que constam na agenda de
Crianças e Conflitos Armados”. Mais de 12 mil meninos e meninas teriam sido
atingidos, um nível sem precedentes.
Em
nota, a representante especial do secretário-geral para crianças e conflitos
Armados, Virginia Gamba, disse que “é extremamente triste que as crianças
continuem sendo afetadas de maneira desproporcional pelos conflitos armados, e
é horrível vê-las mortas e mutiladas como resultado das hostilidades.” Para
Gamba, “é imperativo que todas as partes em conflito priorizem a proteção das
crianças” e isso “não pode esperar”.
Violência
Sexual
O
relatório indica ainda que incidentes de violência sexual contra meninos e
meninas continuam sendo prevalentes, com 933 casos. Fora isso, violações ainda
estão sendo subnotificadas devido à falta de acesso, estigma e medo de
represálias.
O
maior número destes tipos de casos teria sido verificado na Somália e na República Democrática do Congo.
No
Afeganistão, 3.062 crianças foram vítimas de conflito, o maior número já
verificado. Elas representaram 28% do total de vítimas civis no país.
Na
Síria, os ataques aéreos, bombas de barril
e armas de fragmentação resultaram na morte de 1.854 crianças, e no Iêmen,
1.689 crianças sofreram o impacto dos combates no terreno e outras ofensivas.
Recrutamento
O
estudo indica que cerca de 13,6 mil crianças se beneficiaram de programas de
liberação e reintegração. No entanto, as crianças continuaram a ser forçadas a
participar ativamente das hostilidades, incluindo na realização de atentados
suicidas contra civis. Outras foram usadas em posições de apoio, como por
exemplo, escravos sexuais ou escudos humanos.
A Somália também continuou sendo o país
com o maior número de crianças recrutadas e utilizadas, com 2,3 mil casos
verificados. O país é seguido pela Nigéria
e pela Síria.
O relatório aponta que na Síria, 2018 testemunhou 225 ataques a escolas e hospitais, o maior número já registado desde o início do conflito, by Ocha/Hedinn Halldorsson |
Escolas e
Hospitais
Os
ataques a escolas e hospitais também tiveram um efeito arrasador no acesso à
educação e aos serviços de saúde, com um total de 1.023 ataques verificados. O
relatório aponta que na Síria, 2018 testemunhou 225 ações deste tipo, o maior
número já registado desde o início do conflito.
No
Afeganistão, 254 escolas e hospitais foram visados. O aumento do número destes
ataques também foi verificado na República
Centro-Africana, na Colômbia, na Líbia, no Mali, na Nigéria, na Somália, no
Sudão e no Iêmen.
No
ano de 2018 também foram verificados o
rapto de 2.493 crianças. Os números mais altos ocorreram na Somália, com
1.609 casos, na República Democrática do
Congo, com 367 e na Nigéria, com 180. O relatório aponta ainda um
aumento nos incidentes de raptos no Sudão
do Sul, na Síria, na República Centro-Africana, no Sudão e nas Filipinas.
Proteção das
Crianças
Guterres
destacou que “as partes devem garantir o cumprimento de suas obrigações
conforme o direito internacional, incluindo o respeito especial e a proteção
concedida às crianças afetadas por conflitos armados pela lei Internacional
Humanitária”. O chefe da ONU lembrou que na “condução das hostilidades, as
partes em conflito devem abster-se de dirigir ataques contra civis, incluindo
crianças e alvos civis.”
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