LEGISLATIVAS/2019défices PSD quer fim dos défices sem medidas extraordinárias no final da próxima legislatura


LEGISLATIVAS/2019défices
PSD quer fim dos défices sem medidas extraordinárias no final da próxima legislatura
Ânia Ataíde e Leonardo Ralha JEconómico
Rui Rio apresentou o cenário macroeconómico no qual o PSD baseou o programa eleitoral para os próximos quatro anos. Objetivo é eliminar défices estruturais e que a dívida pública se fixe abaixo dos 100% até 2023. Medidas serão apresentadas ao longo da próxima semana.

O PSD prevê a eliminação dos défices estruturais e que a dívida pública se fixe abaixo dos 100% até ao final da próxima legislatura, caso forme governo após as legislativas de 6 de outubro. O cenário macroeconómico dos sociais-democratas, subjacente ao programa eleitoral de Rui Rio, foi apresentado esta terça-feira, em Lisboa, e prevê ainda que a economia cresça impulsionada pelas exportações.

Com eleições legislativas marcadas para outubro, e numa altura em que o PS e o CDS já avançaram com a divulgação de algumas medidas do programa eleitoral, o presidente dos sociais-democratas apresentou o cenário macroeconómico, calculado a partir dos dados do Conselho de Finanças Públicas e com o impacto das medidas que pretende implementar.
“Não podemos prometer nem nos comprometer com nada que não seja exequível”, disse Rui Rio, em conferência de imprensa, explicando que é a partir deste quadro económico que “dita as folgas que permitem ter políticas setoriais”.
O PSD estima que o Produto Interno Bruto cresça 1,6% este ano, 2% no próximo ano, aumente para 2,2% em 2021, 2,4% em 2022 e 2,7% em 2023. Segundo o cenário apresentado, os sociais-democratas preveem que as políticas de incentivo à exportação, que pretende implementar, se traduzam num crescimento de 3,9% das exportações este ano, de 4,2% em 2020, de 4,3% em 2021, e de 5,3% em 2023.
“O governo que está hoje em funções não está capaz de conseguir uma estratégia destas, na exata medida que, quer o Bloco de Esquerda quer o PCP, veem o capital como inimigo dos trabalhadores”, acrescentou.
Os sociais-democratas querem ainda um défice estrutural zero já no próximo ano e excedentes até 2023. Estimam, assim, que este ano as administrações públicas ainda registem um défice de 0,7%, mas que no próximo ano este caia para 0% e a partir de 2021, registem um excedente de 0,2%.
Relativamente à dívida pública, projeta que se fixe abaixo dos 100% até 2023. Para este ano estima que o rácio da dívida pública face ao PIB seja de 117,9%, de 114,8% em 2020, de 108,5% em 2021, de 103,7% em 2022 e de 98,6% em 2023. O líder do PSD sublinhou que “Portugal tem uma dívida pública muito alta, Portugal tem uma dívida externa muito alta e por isso não pode haver política nenhuma que reforce essa dívida, antes pelo contrário”.
O PSD, que tem um feroz crítico dos níveis de investimento na atual legislatura, prevê ainda que o investimento suba 5,4% este ano, 4,6% no próximo ano, 5,1% em 2021, 5,5% em 2022 e 5,7% em 2023. Neste sentido, prevê um aumento de investimento público de mais 3,6 mil milhões de euros.
“Vamos ter políticas públicas para aumentar a competitividade das empresas. São elas que dão os melhores salários e o melhor emprego, vamos aumentar o investimento público. Como se sabe, durante a governação do PS, atingiu o patamar mais baixo dos últimos anos”, frisou.
Os sociais-democratas estimam ainda uma queda sucessiva da taxa de desemprego até 2023. Preveem que esta se fixe em 6,1% este ano, em 5,9% em 2020, 5,7% no próximo ano, 5,4% em 2022 e 5,2% no fim do horizonte de projeção.
“Pretendemos oferecer aos portugueses melhor emprego e melhores salários”, garantiu Rio.
(Atualizada às 17h50)

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