VATICANO Amor, esperança, fé. As encíclicas de Bento XV

Papa Bento XVI

O Papa publicou três encíclicas. Temas são inspirados numa passagem de São Paulo, mas a crise financeira também não foi esquecida.
Partindo precisamente da “maior” destas virtudes, o Papa escreveu ainda em 2005 a encíclica “Deus Caritas est”, que significa “Deus é Amor”. Trata-se de um texto que foi recebido com agradável surpresa por um mundo que ainda tinha do Papa a imagem algo firme e inflexível de prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, e no qual Bento XVI vai ao fundo das três vertentes do amor humano, nomeadamente o amor erótico, o amor incondicional e a amizade, descritos com os seus termos gregos: eros, ágape e philia. 

Uma parte significativa do texto teve por base escritos deixados por João Paulo II, mas pelo menos metade terá sido escrito mesmo por Bento XVI depois da sua eleição. A encíclica foi publicada com data de 25 de Dezembro de 2005. 
Foi preciso esperar menos dois anos pela publicação de uma segunda encíclica: “Spe Salvi”, ou “Salvos na Esperança”, sobre o entendimento cristão da esperança. Na encíclica, o Papa argumenta que a vida dos cristãos deve ser cheia de esperança, por oposição a uma vida vazia de sentido. 
Uma das chaves do argumento feito por Bento XVI é a apresentação de Jesus como alguém que mudou a história precisamente porque trouxe à humanidade a possibilidade e a esperança de um encontro com o Deus Vivo e não uma qualquer mensagem política. O Papa procura ainda saber se a esperança cristã é individualista ou não e analisa a ideia de vida eterna. 
A terceira encíclica de Bento XVI foi publicada em Julho de 2009 e foi aguardada de forma entusiástica porque já se sabia que abordaria questões económicas, marcando assim uma interrupção na “trilogia” especificamente sobre fé, esperança e caridade.
Em “Caritas in Veritate”, em português “Caridade na Verdade”, o Papa esclarece que não cabe à Igreja oferecer soluções técnicas para os problemas económicos, mas sim apontar prioridades e valores a respeitar. A encíclica aborda vários pontos que constam da doutrina social da Igreja, como por exemplo a fome, a ecologia, os problemas relacionados com migrações, bioética e demografia. 

Mas a dita "trilogia" acabaria mesmo por ser completada, com a publicação de "A Luz da Fé", já durante o pontificado de Francisco. O Papa argentino herdou um texto "muito forte" de Bento XVI e decidiu terminá-lo, fazendo questão de sublinhar que se tratava de um trabalho "a quatro mãos". O Ano da Fé teve assim direito à sua própria encíclica, apresentada ao público no dia 5 de Julho de 2013. ECCLESIA | DN

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