TURQUIA Turquia detém 297 em operação e faz bombardeios contra o Estado Islâmico

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Turquia detém 297 em operação e faz bombardeios contra o Estado Islâmico


24/07/2015 05h35 - Atualizado em 24/07/2015 11h44
Ação foi lançada em 13 províncias.
País também bombardeou alvos do Estado Islâmico em território sírio.
Do G1, em São Paulo


A polícia da Turquia deteve nesta sexta-feira (24) 297 suspeitos de integrarem o Estado Islâmico(EI) e rebeldes curdos, em uma grande operação lançada em 13 províncias. Entre os presos estão 37 estrangeiros, segundo o governo.
Cerca de 5 mil policiais, entre eles 2 mil das forças de intervenção rápida, apoiados por vários helicópteros, participam da operação, que acontece dias depois de um grande ataque a uma cidade no sul do país, que deixou 32 mortos e centenas de feridos.
Além da ação policial, a Força Aérea Turca usou caças para bombardear alvos do EI em território sírio. É a primeira vez que a Turquia participa de um ataque contra o grupo.
Três caças F-16 decolaram da base aérea de Diyarbakir e lançaram quatro bombas teleguiadas contra alvos do EI - dois quartéis centrais e um ponto de reunião - explica um comunicado divulgado no site do primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu.
A operação durou apenas 13 minutos, e ocorreu depois de cinco militares do EI terem disparado contra um posto turco na província de Kilis, na fronteira com a Síria. Um oficial morreu e dois sargentos ficaram feridos.
Segundo a agência turca "Dogan", pelo menos 35 militantes do EI foram mortos no ataque. Ainda não há confirmação oficial sobre o número. O local exato dos bombardeios também não foi divulgado.
A decisão de enviar caças à Síria foi tomada em uma reunião de segurança extraordinária para analisar o incidente, assinala a nota publicada pelo primeiro-ministro.

 Em Istambul, a ação revistou 140 casas e deteve 98 pessoas, dentre elas 36 estrangeiros. Ao menos uma pessoa reagiu e foi morta em tiroteio.
Em Ankara, 9 foram detidos após a polícia vasculhar 12 casas.
Em Sanliurfa, capital da província onde o atentado suicida matou 32 na segunda-feira (20), foram detidos 35 suspeitos.
Já na província de Bursa, no oeste do país, os nove presos são integrantes da YDG-H, a ala juvenil do PKK, que na quarta reivindicou o assassinato de um islamita em Istambul. A vítima, segundo a organização, pertencia ao "alto escalão" do EI.
O assassinato foi uma resposta ao massacre de Suruc. Em comunicado, a YDG-H anunciou a intenção de realizar novas execuções de importantes figuras da rede jihadista.
Durante a ação, uma militante da organização de extrema-esquerda DHKP-C morreu durante uma troca de tiros com os agentes dentro de sua própria casa em Istambul, informou a agência "Analodu".
Um grupo de agentes foi na madrugada verificar um imóvel no bairro de Bagcilar, mas acabou sendo recebido a tiros. Ao responderem os disparos, as forças de segurança mataram uma integrante do grupo marxista, informou a agência.

Segundo um responsável militar americano, a Turquia autorizou finalmente os Estados Unidos a utilizar várias de suas bases aéreas, entre elas a de Incirlik (sul), para bombardear o EI na Síria e no Iraque, após uma conversa telefônica entre o presidente turco Recep Tayyip Erdogan e seu colega americano Barack Obama.
Até a data, a Turquia havia permanecido de braços cruzados ante o EI na Síria, negando-se a intervir militarmente de forma direta em apoio às milícias curdas por medo da formação de uma região autônoma hostil no norte do país.
Segundo os meios de comunicação turcos, este acordo fechado entre os dois países também contempla uma zona de exclusão aérea em parte da fronteira síria, de 90 quilômetros entre as cidades sírias de Marea e Jarabusul no leste, explicou nesta sexta-feira o jornal Hurriyet.
Este perímetro irá reforçar outra zona de segurança de 50 quilômetros dentro da Síria na qual o EI e os jihadistas não poderiam entrar, com o objetivo de deter novos fluxos maciços de refugiados em direção à Turquia, acrescentou o jornal.
O acordo não prevê a chegada de tropas americanas ao solo turco, mas apenas a de um contingente adicional de 50 militares como suporte técnico.
"A República da Turquia está determinada a tomar todas as precauções para defender sua segurança nacional", repetiu nesta sexta-feira o gabinete do primeiro-ministro, Ahmed Davutoglu, um dia depois de se reunir com os chefes militares e os serviços de segurança.

Ao menos dois integrantes do grupo jihadista Estado Islâmico morreram na noite de quinta devida à queda de um foguete disparado pelas forças turcas na Síria, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
O projétil caiu em uma região próxima à fronteira na província de Aleppo, no norte da Síria. O disparo teria ocorrido após um tiroteio entre extremistas e soldados turcos, depois de eles terem matado a tiros um homem que tentou entrar na Turquia.
O Observatório acrescentou que vários aviões bombardearam áreas sob o controle do EI perto da fronteira e ao nordeste do Aleppo. A entidade, porém, não soube explicar se as aeronaves eram turcas, da coalizão ou do regime do presidente Bashar al Assad.
O governo informou que três caças F-16 decolaram da base aérea de Diyarbakir e lançaram quatro bombas teleguiadas contra alvos do EI - dois quartéis centrais e um ponto de reunião.
A operação durou apenas 13 minutos, explicou o comunicado, e ocorreu depois de cinco militares do EI terem disparado contra um posto turco na província de Kilis, na fronteira com a Síria
. Um oficial morreu e dois sargentos ficaram feridos.
Os militares turcos responderam ao ataque e mataram ao menos um membro do EI, destruindo também três veículos dos jihadistas. Além disso, promoveram um bombardeio com morteiros em posições da milícia perto da cidade de Azaz.
As autoridades da Síria ainda não se pronunciaram sobre a violação aérea turca. Contudo, em outras ocasiões, alertaram o governo do país vizinho que esse tipo de operação seria considerada como uma "agressão flagrante".

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