IDOSOS E DOENTES em sua casa ou em lares? por Armando Soares


IDOSOS E DOENTES 
Em sua casa ou em lares?  por Armando Soares
Em casa. Serviços sociais e de saúde vão ao domicílio.
Convenção Nacional de Saúde
1.Nos dias 7 e 8 de junho, na Culturgest, em Lisboa, reuniram cerca de 40 entidades, de natureza pública, privada e social para um debate cujo objectivo era definir um pacto para a saúde em Portugal. Sob a égide da Convenção Nacional de Saúde (CNS) e a União das Misericórdias Portuguesas.
O desafio demográfico – aumento da longevidade da população e prevalência das doenças crónicas – associado à persistência no tempo do subfinanciamento da saúde em Portugal, constituem um dos grandes desafios colectivos a que a Convenção quer dar resposta. Deste modo abrem-se à colaboração onde “todos os parceiros da saúde – profissionais, parceiros públicos, privados e sector social, associações de doentes, responsáveis políticos, imprensa, centros de investigação e universidades – e todos os cidadãos que poderão dar seu contributo para este grande desígnio”.

Humanizar as soluções
2. Misericórdias e UMP enfrentam hoje o desafio de se capacitarem para a inovação social, procurando  respostas adequadas às necessidades de uma sociedade em constante mudança. O projecto para 2020 apresenta melhoria de serviços e modernização de processos. Necessitamos de falar nos afetos sob pena de construirmos souções eficientes, mas desumanizadas. É indispensável um enquadramento humano que aprofunde e dê sentido à nossa acção, valorizando projectos de voluntariado que deem particular atenção aos jovens. Devemos reforçar a nossa capacidade de intervenção junto daqueles que servimos. E evemos apostar de forma decisiva no voluntariado, enquanto estratégia deafectos, para dar dimensão humana às soluções que formos enfrentando e ensaiando caminho, para além de criar novas respostas sociais com recurso a dispositivos tecnológicos Temos de fazer mais e melhor.
Num Lar

Envelhecimento em casa
3.Conhecemos e alguns projectos das Santas Casas já estão sendo postos em prática “os Ageing in Place – Boas práticas em Portugal”: apoio domiciliário nocturno, um parque de reminiscências, uma ludoteca itinerante, fisioterapeutas que vão de aldeia em aldeia, transportes públicos à medida das necessidades de cada um ou a prestação de cuidados e serviços a idosos que se encontrem no seu domicílio são alguns dos exemplos de boas práticas que nos são dados a conhecer neste guia prático que foi elaborado entre setembro de 2017 e maio de 2018. Segundo nota introdutória do livro ‘Ageing in Place’, já grandes áreas no país “promovem a inclusão social dos cidadãos mais velhos nas comunidades em que residem, valorizando o envelhecimento em casa e na comunidade com segurança e de forma independente”. O envelhecimento em casa partiu do professor da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa, António da Fonseca, logo apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela UCP.

Apoio nas suas residências
4.”Misericórdia ou Santa Casa é, no mais genuíno sentidos das palavras, a casa ou o espaço comum onde todos e cada um podem dar e receber, consoante as suas possibilidades ou necessidades, declarou Vítor Milícias. Misericórdias são instituições a quem as pessoas deixam seus bens porque sabem que vão ser aplicados no bem da própria terra, em favor dos mais necessitados. Assim o povo diz “A nossa Misericórdia”. Silva Peneda disse que sempre mostraram “ser úteis às comunidades”. Por outro lado referiu: “O envelhecimento como um dos grandes desafios colocados hoje às instituições sociais. Para ajudar a resolver esta questão, o ex-Ministro do Trabalho e da Segurança Social defende que terão de ser encontradas formas de apoio nas suas residências”.
O futuro das Misericórdias passa pela conservação do seu modelo de funcionamento: “é um modelo que olha para os mais velhos e para as crianças, para a saúde e para o lúdico, numa perspectiva  integrada e ligada”. “A palavra-chave é integração. Ou transformamos o país num imenso lar ou transformámo-lo noutra coisa,, encontrando respostas em casadas pessoas”, disse, considerando ser necessário “colocar a tecnologia ao nosso serviço” e não o contrário.
E disse o Presidente da UMP, Manuel de Lemos, “vamos ter um especial cuidado na defesa dos nossos valores e do que nós somos. As Santas Casa não são dos seus órgãos sociais, dos políticos ou da Igreja”, disse, concluindo que “a força das Misericórdias radica na celebração da vida”.

Privilegiar as soluções do tipo domiciliário
5. “ A popução portuguesa demorará 300 anos a dobrar de 10 para 20 milhões; demorará 35 anos a dobrar o número de pessoas com mais de 65 anos; e demorará 18 anos a dobrar o número de pessoas com mais de 85 anos”, fez notar Manuel de  Lemos  presidente da UMP. “Temos de ver o envelhecimento de forma integrada, encarando-o como uma nova etapa da vida e desenhar soluções apoiadas no apoio domiciliário”, concretizou.
São palavras de José Vieira  da Silva, Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: “Temos de fazer uso de “todas as ferramentas” existentes visando “diminuir a percentagem de população que recorre a respostas de natureza institucional e aumentar a percentagem da população servida por soluções do tipo domiciliário, de forma a “acrescentar vida aos anos que a vida nos acrescenta”.
Para manter os idos em casa temos de responder à necessidades sociais e de saúde. Pois desenvolver o apoio domiciliário sem ter a saúde e o social juntos é uma utopia porque não se vai fazer aquilo que as pessoas precisam. Há que definir prioridades e distribuir tarefas sinergicamente para que determinada pessoa possa ter para estar na sua própria casa durante o maior tempo possível. Os dispositivos tecnológicos podem ser uma mais valia na prestação de cuidados de qualidade no domicílio dos idosos. As pessoas devem ser apoiadas. “Os lares e as unidades de cuidados continuados devem ser fins de linha”.


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