Papa FRANCISCO «Insulto é uma porta aberta» para o «assassinato» do outro


Papa  FRANCISCO
«Insulto é uma porta aberta» para o «assassinato» do outro
Jun 14, 2018 - 16:28
Na Missa da Casa de Santa Marta, Francisco pediu uma sociedade assente no respeito e na reconciliação

Cidade do Vaticano, 14 jun 2018 (Ecclesia) – O Papa desafiou hoje no Vaticano as comunidades a rejeitarem a lógica do insulto, que é fruto de uma sociedade cada vez mais competitiva, e que acaba por “matar” a dignidade de cada pessoa.

Na homilia da Missa a que presidiu na Casa de Santa Marta, Francisco salientou que “o insulto é uma porta que se abre” para o “assassinato” humano do outro.

“É desqualificar o outro, e tirar-lhe o direito a ser respeitado, é colocá-lo de lado, é matá-lo na sociedade”, avisou o Papa, que deu o exemplo do trânsito, onde muitas vezes se “respira o ar dos insultos”.
“Quem conduz em hora de ponta, encontra na estrada um carnaval de insultos. E os pequenos insultos se tornam depois em grandes insultos. E com isso anulam a dignidade da outra pessoa. É como um túmulo, não tem mais direito a falar”, apontou.
Para Francisco, esta propensão do ser humano para ‘pisar’ o outro tem por base apenas uma premissa: a busca de poder, de poder sobre o outro.
E isso é mais visível ainda quando do outro lado estão pessoas com algum tipo de incapacidade ou que são consideradas inferiores.
“Quando uma pessoa tem uma deficiência, mental ou física, não me ameaça, mas mesmo assim temos vontade de a insultar”, salientou.
Há também o insulto motivado pela “inveja”, e que faz com que muitas vezes queiramos mostrar a outra pessoa ao mundo como “deficiente, deficiente mental, deficiente social, deficiente familiar, sem capacidade de integração”.
“É a inveja que abre a porta, porque quando uma pessoa tem algo que me ameaça, a inveja leva-me a insultá-la”, prosseguiu o Papa, que convidou a perceber que “a inveja também traz a morte”, interior, sobretudo quando “está escondida”.
“Ela é capaz de nos tornar amarelos, verdes, como faz o liquido biliar quando está doente”, referiu Francisco, que apelou a todos para que tenham sempre em si a capacidade de se “reconciliarem” com o outro.
“A reconciliação não é uma atitude de boas maneiras, não: é uma atitude radical, é uma atitude que tenta respeitar a dignidade do outro e também a minha. Do insulto à reconciliação, da inveja à amizade. Este é o percurso que Jesus nos indica hoje”, completou. JCP|Ecclesia

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