Não há missão sem missionários por D. Anastácio Gil, director das OMP (Espanha)

Não há missão sem missionários por D. Anastácio Gil, director das OMP (Espanha)

PP. Armando e Laurindo, missionários em Moçambique
 e em Angola.


São Gregório Magno comenta que o nome  de “anjo” designa a função, não o ser do que o leva. Segundo ele, só podem ser chamados anjos quando exercem a função de mensageiros.
O comentário está bem para nos aproximarmos daquelas pessoas que estão realizando uma função missionária ao encargo e envio da Igreja. Na medida que cumprem e vivem esta tarefa, a gente os conhece como missionários. Convém ter esta precisão, porque hoje se designa com esta palavra a qualquer pessoa que se digna tomar parte na actividade evangelizadora e pastoral da Igreja. Os principais documentos pontifícios sobre a actividade missionária procuram apresentar o âmbito de cada uma destas acções evangelizadoras, e aplicar o nome de missionários no sentido estrito da missão encomendada-. Fraco serviço se faz no amplo trabalho da Igreja se desde qualquer cenário se confunde a acção missionária com outras acções como são a catequese e a pastoral.
Bem-vindo seja neste sentido o lema que as Obras Missionárias Pontifícias propuseram para a Jornada Mundial das Missões (2012), inspirando-se na carta apostólica Porta fidei e na mensahgem que Bento XVI entregou à Igreja: “Missionários da fé”. Trata-se de  sublinhar que os verdadeiros protagonistas da actividade missionária são os chamados a anunciar o Evangelho aquém ainda o não conhece. Eles representam a identidade mais genuína dos Doze aos quais Jesus chamou para estar com Ele e anunciar o Reino.
Missionários porque foram chamados. Na história pessoal de cada um deles há um chamamento e uma resposta. Um debate interior no discernimento da vocação e na radicalidade da disponibilidade. Portanto, a palavra «missionário» - que implica uma missão – deve ser usada com muita propriedade, e ser reservada àqueles que vivem esta experiência de entrega. Além disso, o missionário é enviado como mensageiro . Só aqueles que partiram para a outra fronteira com o encargo de anunciar o Evangelho merecem ser chamados missionários. Foram enviados como os apóstolos, e sem data de termo e sem equipamento para o caminho. Eles, os missionários, não necessitam de equipagem…nem ouro nem prata. Como Pedro e João, só dão o que têm: “Em nome de Jesus Nazareno, levanta-te e anda” (Act 3, 6). Não deveriam aplicar-se o título de missionários aqueles que se ficam guardando aqui a sua equipagem, ou os que marcham por motivos pessoais, ainda que sejam muito nobres e respeitáveis.
A missão do missionário é suscitar a fé, facilitar o acesso a Deus. Por issso: o missionário é o crente por excelência, na medida em que o missionário vive profundamente a sua fé, e é testemunha de Deus.
“A fé, com efeito, cresce quando se vive como experiência de um amor que se recebe e se comunica como experiência de graça e de gozo (…) com efeito, abre o coração e a mente dos que escutam para acolher o convite do Senhor a aceitar a sua Palavra para sers eru discípulos” (Porta fidei”,7). Esta é a missão encomendada ao missionário e a que define a sua identidade.

Contemplemos com agradecimento tantos missionários que, como testemunhas da fé, não desejam outra coisa senão servir no silêncio os mais pobres. Eles hão-de ser os protagonistas

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