AMBIENTE COP24: Igreja Católica leva apelo global contra os efeitos das alterações climáticas à COP24
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COP24: Igreja Católica leva apelo global contra
os efeitos das alterações climáticas à COP24
Dez 3, 2018 - 16:10
Katowice, Polónia, 03 dez 2018 (Ecclesia) – O Vaticano e várias
instituições católicas estão presentes na Cimeira do Clima – COP 24 que decorre
na Polónia, com um apelo global contra os efeitos das alterações climáticas.
O documento foi assinado em outubro, na cidade de Roma, pelos presidentes
de seis confederações continentais das Conferências Episcopais, em defesa de
ações políticas e da comunidade internacional contra os efeitos das alterações
climáticas.
D. Gabriel Mbilingi, arcebispo do Lubango (Angola) e presidente do Simpósio
das Conferências Episcopais da África e Madagáscar (SECAM), um dos signatários,
explicou então à Agência ECCLESIA que o objetivo do documento é dar um
“contributo” ao debate em curso, apelando ao “cuidado da terra, ao cuidado das
pessoas e da sociedade”.
“O grito da terra, da mãe terra, em relação ao uso que dela fazemos e até à
destruição que está em curso, é equivalente ao grito que vem da humanidade, da
sociedade que precisa de ser também ela acordada, para que não se cometa este
suicídio”, sublinhou.
Os responsáveis da América Latina, Ásia, África, Oceânia e Europa pedem que
os “grandes emissores de gases com efeito de estufa assumam responsabilidades
políticas e atendam aos compromissos de financiamento climático”.
Entre os pontos centrais da proposta estão a limitação do aquecimento
global a 1,5 graus celsius; a adoção de estilos de vida sustentáveis; o
respeito pelas comunidades indígenas; ao fim da era dos combustíveis fósseis,
com transição para formas renováveis de energia; a reforma do sistema agrícola,
para um fornecimento saudável e acessível de alimentos para todos.
A declaração tem o apoio das redes católicas CIDSE, Caritas Internationalis
e Movimento Católico Global pelo Clima.
A 24.ª Conferência da Partes (COP24) da Convenção-Quadro das Nações Unidas
para as Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) teve hoje a sua
cerimónia de abertura oficial, prolongando-se até 14 de dezembro.
A comunidade internacional deverá concluir o Acordo de Paris (2015) para
limitar o aquecimento global a menos de dois graus centígrados, em relação aos
valores pré-industriais.
Foto: Lusa |
A conferência junta os representantes das partes da UNFCCC e é organizada pela Polónia pela terceira vez, juntando na fase final, entre 11 e 14 de dezembro, líderes de vários países.
O Vaticano está representado pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal
Pietro Parolin; Portugal levou a Katowice o ministro do Ambiente e da Transição
Energética, João Pedro Matos Fernandes.
Em julho, o Papa defendeu no Vaticano um maior compromisso ecológico de
governos e instituições financeiras internacionais, exigindo que todos honrem
os objetivos assumidos no Acordo de Paris.
“Todos sabemos que muito deve ser feito para concretizar este acordo. Todos
os governos deveriam esforçar-se para honrar os compromissos assumidos em Paris
para evitar as piores consequências da crise climática”, assinalou Francisco,
perante os participantes no simpósio internacional ‘Salvar a nossa casa comum e
o futuro da vida na terra’, por ocasião do 3.º aniversário da encíclica
‘Laudato Si’.
Entre as instituições presentes na Polónia está a Fundação Fé e Cooperação,
ligada à Conferência Episcopal Portuguesa.
OC
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