PAULO VI Canonização: Paulo VI, o primeiro Papa peregrino de Fátima
PAULO VI
Canonização: Paulo VI, o primeiro Papa peregrino de Fátima
Out 12, 2018 - 5:05
Viagem à Cova da Iria aconteceu
a 13 de maio de 1967, 50.º aniversário das aparições
Lisboa, 12 out 2018 (Ecclesia) – O Papa Paulo VI, que vai ser canonizado este
domingo, foi o primeiro pontífice a visitar Portugal, por ocasião do 50.º
aniversário das aparições marianas na Cova da Iria.
O futuro santo quis
vir pessoalmente a Fátima, como peregrino, a 13 de maio de 1967, apesar das
tensões diplomáticas por causa da viagem do Papa italiano ao Congresso
Eucarístico a Bombaim, em 1964, já depois de a Índia ter anexado Goa, Damão e
Diu.
Paulo VI decidiu que
o avião que o transportava desde Roma não aterraria em Lisboa, mas em Monte
Real, e ficou alojado na então Diocese de Leiria (hoje Leiria-Fátima).
Além da homilia na
Missa do 13 de maio, Paulo VI teve outras seis intervenções.
A viagem foi
anunciada na audiência geral de 3 de maio de 1967 e apresentada como uma
“peregrinação para honrar Maria Santíssima e invocar a sua intercessão em favor
da paz da Igreja e do mundo”.
A peregrinação
“rapidíssima” tinha um caráter “totalmente privado”, explicou o Papa italiano
aos fiéis reunidos no Vaticano.
Em Fátima, Paulo VI
recordou que foram as crianças e os pobres os primeiros destinatários da
mensagem de Fátima e, na sua homilia, deixou uma referência aos regimes ateus,
“países em que a liberdade religiosa está praticamente suprimida e onde se
promove a negação de Deus, como se esta representasse a verdade dos tempos
novos e a libertação dos povos”.
O Papa trouxe à Cova
da Iria a sua preocupação com um mundo em perigo por causa da corrida às armas
e da fome.
“Por este motivo,
viemos nós aos pés da Rainha da paz a pedir-lhe a paz, dom que só Deus pode
dar”, rezou.
Já na despedida,
Paulo VI explicava que se apresentou em Portugal como peregrino “para rezar
humilde e fervorosamente pela paz da Igreja e pela paz do mundo”.
“Maria Santíssima
que, nesta terra abençoada, desde há cinquenta anos, se tem mostrado tão
generosa para com todos aqueles que a Ela recorrem com devoção, digne-se ouvir
a Nossa ardente prece, concedendo à Igreja aquela renovação espiritual que o
Concilio Ecuménico Vaticano II teve em vista empreender e à humanidade, aquela
paz de que ela hoje se mostra tão desejosa e necessitada”, pediu.
As referências a
Fátima neste pontificado tiveram um momento particularmente relevante a 13 de
novembro de 1964, na clausura da III sessão do Concílio Vaticano II.
Paulo VI anunciou
então a decisão de enviar a Rosa de Ouro ao Santuário de Nossa Senhora de
Fátima: “Tão caro não só ao povo da nobre nação portuguesa — sempre,
porém hoje particularmente, a nós caro — como também conhecido e venerado pelos
fiéis de todo o mundo católico”.
A entrega ao
Santuário foi feita a 13 de maio de 1965 pelo cardeal Fernando Cento, legado do
Papa.
OC
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