Sínodo 2018: Delegados da Conferência Episcopal Portuguesa sublinham apostas no acompanhamento e valorização dos jovens
Sínodo 2018: Delegados da Conferência Episcopal Portuguesa sublinham
apostas no acompanhamento e valorização dos jovens
Out 28, 2018 - 15:00
D. António Augusto Azevedo e D. Joaquim Mendes analisam principais
conclusões da assembleia
Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano |
idade do Vaticano, 28 out
2018 (Ecclesia) – Os dois delegados da Conferência Episcopal Portuguesa ao
Sínodo dos Bispos 2018, que se concluiu hoje no Vaticano, sublinharam à Agência
ECCLESIA as apostas no acompanhamento e valorização dos jovens na Igreja.
D. António Augusto de Azevedo,
presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios (CEVM), realça a
consagração, no documento final da assembleia, de um “sentido mais alargado de
vocação”.
O responsável da CEVM destaca
as implicações práticas desta abordagem “nos vários processos de amadurecimento
na fé, de iniciação na fé, da Pastoral de Juventude nos vários âmbitos”.
“Esta dimensão vocacional não
é uma dimensão secundária, não é um apêndice, não algo a acrescentar, mas algo
de essencial, desde a origem”, sustenta.
O bispo auxiliar do Porto
convida as comunidades católicas a acompanhar os jovens neste “processo de
liberdade” para que cada um descubra o que só ele pode dar.
O presidente da CEVM precisa
que um dos aspetos fundamentais de todo o Sínodo foi o reforço da necessidade
do “acompanhamento”.
Este ministério do
acompanhamento, digamos assim, é um pouco alargado, eu diria muito alargado, a
todos aqueles que têm funções educativas. Aos adultos, aos cristãos mais
crescidos, e especificamente aos pais, aos catequistas, também aos professores,
às pessoas que têm responsabilidades formativas nos vários âmbitos, até
inclusivamente aos treinadores desportivos”.
D. António Augusto Azevedo
defende uma aposta na formação e na qualificação dos formadores, na consciência
de que “todos os âmbitos da missão da Igreja têm por essência uma dimensão
vocacional
Foto: Ricardo Perna/Família Cristã |
D. Joaquim Mendes, presidente
da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios (CEVM), projeta por sua vez a
necessidade de implementar o documento final do Sínodo, entregue ao Papa e a
toda a Igreja, “uma espécie de bussola de orientação” para escutar os jovens e
“testemunhar a Boa Nova e a vida boa do Evangelho”.
Em Portugal, acrescentou o
bispo auxiliar de Lisboa, existe “grande abertura” para a receção destas
orientações e “uma grande vontade e empenho para traduzir e levar à prática o
que o Sínodo refletiu e propõe”.
Numa primeira fase temos de ler
o documento, refletir sobre ele, olhar a nossa realidade à luz do próprio
documento, e depois o Espírito nos inspirará e nos ajudará a encontrar os
melhores meios para caminharmos. Neste momento não há nada programado, aliás a
metodologia que temos de seguir é a metodologia que seguimos aqui, a
metodologia sinodal”.
D. Zeferino Zeca Martins,
bispo do Huambo (Angola), mostrou-se “muito satisfeito” com o documento final,
que considera “importante para a Igreja” de hoje, recordando que este é fruto
de um processo em que os jovens foram consultados nos seus “anseios, esperanças
e necessidades”.
“Houve sintonia na abordagem
das problemáticas que os jovens vivem atualmente, mas também nas linhas de
orientações que a Igreja tem, para a juventude”, realça.
O irmão Alois, prior da
comunidade ecuménica de Taizé (França), que todos os anos recebe milhares de
jovens cristãos, mostrou-se “muito feliz” com a experiência do Sínodo, para a
qual foi convidado
Foto: Ricardo Perna/Família Cristã |
“Penso que a Igreja fez, verdadeiramente, um caminho com o Sínodo, com questões novas, também, como a sinodalidade, o papel das mulheres na Igreja, estar próxima dos jovens, como fazer isto. Ainda não temos todas as respostas, mas há algumas respostas muito concretas, sobre a formação dos seminaristas, por exemplo, a formação dos leigos, o pedido que os bispos estejam próximos dos jovens. Houve muitas coisas importantes, neste Sínodo”.
O prior de Taizé foi um dos
responsáveis pela redação da mensagem que os participantes da assembleia
dirigiram hoje aos jovens de todo o mundo.
“A carta aos jovens tornou-se
uma pequena mensagem, para lhes reforçar que queremos dialogar com eles e estar
perto deles. Havia o projeto de uma carta mais elaborada, talvez, mas tornou-se
uma boa mensagem de encorajamento aos jovens, agora”, precisa.
O encontro iniciado a 3 de
outubro contou com a participação inédita de mais de três dezenas de jovens
convidados e foi o primeiro a utilizar o português como língua oficial, nos
trabalhos.
OC
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