Sínodo 2018 Questões complexas: Relatórios iniciais sublinham «questões complexas» que jovens colocam à Igreja Católica
Sínodo 2018
Questões complexas: Relatórios
iniciais sublinham «questões complexas» que jovens colocam à Igreja Católica
Out 3, 2018 - 17:30
Trabalhos vão seguir cada uma
das três partes do documento de trabalho, semana a semana
Foto: Vatican News |
Os relatórios iniciais da
assembleia do Sínodo dos Bispos que começou hoje no Vaticano sublinham, entre
os temas que vão ser abordados nos trabalhos, as “questões complexas” que os
jovens levantam.
“É necessário deixar-se interpelar pelas suas inquietações, mesmo quando
colocam em causa a práxis da Igreja, por exemplo na vivacidade da liturgia ou
no papel da mulher, ou dizem respeito a questões complexas como a afetividade
ou a sexualidade”, disse o cardeal brasileiro D. Sérgio da Rocha, relator-geral
da 15ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema ‘Os jovens,
a fé e o discernimento vocacional’.
Outra questão levantada é a “falta de familiaridade com a cultura
digital”, por parte das comunidades católicas.
O encontro decorre de hoje a 28 de outubro, com 267 representantes
dos episcopados católicos, além de especialistas e convidados, entre eles 34
jovens, com idades dos 18 aos 29 anos.
“É imprescindível conhecer a realidade em que os jovens vivem, a partir
das realidades mais dolorosas como a desilusão, a guerra, a prisão, as
migrações e todos os outros tipos de pobreza”, observou o cardeal Sérgio da
Rocha.
O relator-geral pediu que o Sínodo seja um “momento do discernimento”,
reconhecendo os desafios a enfrentar, o que já se conseguiu e as “corajosas
escolhas de renovação” a fazer.
O encontro conta pela primeira vez com a presença de dois bispos católicos
da China, após o acordo provisório entre a Santa Sé e Pequim que visa
regularizar a situação da comunidade eclesial no país asiático.
Este é também a primeira assembleia que decorre com o novo enquadramento
jurídico determinado pelo Papa, após a publicação da constituição apostólica
‘Episcopalis Communio’ (Comunhão Episcopal), que reforça o papel do Sínodo dos
Bispos, sublinhando a importância de continuar dinâmica do Concílio Vaticano
II.
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) está representada pelos
presidentes das Comissões que acompanham Pastoral Juvenil e Vocações: D.
Joaquim Mendes – bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Comissão Episcopal do
Laicado e Família – e D. António Augusto Azevedo – bispo auxiliar do Porto e
presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios.
Na preparação para este encontro consultivo de representantes dos
episcopados católicos, o Vaticano promoveu um questionário online e uma reunião
pré-sinodal, com jovens de várias confissões religiosas, em março de 2018,
acompanhada nas redes sociais por 15 mil pessoas.
Francisco presidiu esta manhã à Missa inaugural do Sínodo
2018, na Praça de São Pedro,
Os trabalhos sinodais vão seguir, nas próximas semanas, as três partes do
documento de trabalho, divulgado em junho, no qual se defende uma pastoral
vocacional que ultrapasse a ideia de “recrutamento” de padres e religiosas.
O ‘guião’ da assembleia do Sínodo dos Bispos sublinha a preocupação das
novas gerações com a implementação da “tolerância zero” para abusos sexuais e
económicos na Igreja Católica.
O mesmo texto assume uma cisão com os jovens em questões ligadas à
sexualidade e sublinha necessidade de trabalhar uma visão cristã do corpo, com
referência inédita a jovens LGBT.
Desemprego, redes sociais, pobreza e educação entre as questões apontadas
pelo documento de trabalho, que contou com mais de 100 mil respostas a
questionário online
O cardeal Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do Sínodo dos Bispos,
explicou aos membros da assembleia sinodal o calendário dos trabalhos, que
incluem reuniões de grupos linguísticos e de preparação de propostas para o
documento conclusivo.
Como nas últimas assembleias, a informação será transmitida num “briefing”
diário com jornalistas, sob a coordenação da Secretaria para a Comunicação do
Vaticano, as redes sociais do ‘Vatican News’ e da Secretaria Geral do Sínodo
dos Bispos, com a hashtag #Synod2018.
Os participantes são chamados a manter a “confidencialidade” das sessões,
durante os trabalhos.
O Papa anunciou esta tarde que decidiu implementar uma pausa de cerca de
três minutos de silêncio, após cada cinco intervenções, para uma melhor
assimilação de todas as propostas.
OC
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