Sínodo 2018 «Mudança de época desafia a repensar a fé e o modo de vivê-la», afirma grupo de língua portuguesa
Sínodo 2018
«Mudança de época desafia a
repensar a fé e o modo de vivê-la», afirma grupo de língua portuguesa
Out 16, 2018 - 13:03
D. Joaquim Mendes apresentou as propostas dos
participantes lusófonos
O grupo de trabalho de língua portuguesa no Sínodo dos
Bispos considera que a forma como os jovens “interpretam a vida, as suas
perspetivas de futuro e de realização pessoal” desafia a “repensar a fé” e é
“uma oportunidade”.
“A mudança de época desafia a repensar a fé e o modo de vivê-la no
mundo de hoje; Tal época de transição, em toda a sua complexidade precisa ser
vista como uma oportunidade”, lê-se no relatório do “círculo menor” lusófono.
Segundo o grupo de trabalho de língua portuguesa, num contexto de
“incerteza, precariedade e insegurança” os jovens precisam da proximidade de
“uma Igreja que se faz presente”, sobretudo, a partir de outros jovens que, a
partir de sua experiência de fé, “podem aquecer os corações frios e
indiferentes com a própria disponibilidade a acolher, caminhar juntos e dar
razões de sua esperança”.
“Há no coração de cada jovem uma aspiração pela felicidade, o desejo de
ser considerado, valorizado e amado”, observa o segundo relatório lusófono no
Sínodo dos Bispos
Ao reconhecer os elementos de “bênção da juventude”, os bispos não
esquecem “o lado frágil da sua existência”, que se pode tornar “oportunidade e
lugar teológico”.
A “arte de acompanhar não se improvisa” e, se “nem todos têm o dom
natural”, é uma capacidade que pode ser desenvolvida; por isso, é importante
promover a formação de acompanhadores como uma prioridade, sublinham.
D. Joaquim Mendes com o Papa Francisco,
no Sínodo dos Bispos
|
“Constatamos, porém, a falta de acompanhadores e a necessidade
de preparar pessoas para o domínio desta arte, até mesmo entre o clero.
Consideramos importante que também os leigos possam assumir o serviço
de acompanhamento. Nesse contexto, também se falou da importância
do acompanhamento de jovens pelos próprios jovens, que, por sua vez,
deveriam ter uma boa experiência de ser acompanhados”, desenvolvem, observando
ainda que “ainda que a expressão ‘direção espiritual’ não é a mais adequada”.
Quanto à linguagem, o grupo de trabalho de língua portuguesa considera
necessário “privilegiar” no diálogo com os jovens “a
linguagem existencial, de proximidade, relacional, de amor gratuito,
desinteressado”, uma vez que “a linguagem que os jovens entendem é a de quem dá
a vida”.
A afetividade e a sexualidade foi outro dos vários tópicos de análise e
constataram “as diferenças” entre o ensinamento da Igreja e o que é prática
entre os jovens: “Faz-se necessário apresentá-la com clareza, acreditando na
força de atração nela contida e superando a visão daqueles que a vêm somente
como algo rígido”.
A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou hoje os 14 relatórios dos “círculos
menores” que foram apresentados durante a 11.ª reunião geral do Sínodo, esta
segunda-feira.
A 15.ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema ‘Os jovens,
a fé e o discernimento vocacional’, decorre até 28 de outubro, desde o dia 3.
A Conferência Episcopal Portuguesa está representada por D. Joaquim Mendes
– bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Comissão Episcopal do Laicado e
Família – que foi eleito como relator do ‘Circulus Lusitanus’, e D. António
Augusto Azevedo – bispo auxiliar do Porto e presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios.
CB/PR
Comentários
Enviar um comentário