SÍNODO 2018 Aborto: Papa deixa forte condenação do aborto, em defesa da «vida inocente e indefesa»
SÍNODO 2018
Aborto: Papa deixa forte
condenação do aborto, em defesa da «vida inocente e indefesa» (c/vídeo)
Out 10, 2018 - 10:41
Francisco questiona valor «civil» de ato que elimina um ser humano
Cidade do Vaticano, 10 out 2018 (Ecclesia) – O Papa Francisco condenou hoje
no Vaticano o aborto e qualquer ato que signifique a eliminação de uma vida
humana, considerando que este é um “valor basilar” nas relações humanas e que
todo o mal nasce do “desprezo pela vida”.
“Como pode ser terapêutico, civil, ou simplesmente humano um ato que
elimina a vida inocente e indefesa que está a florescer? Eu pergunto-vos: é
justo deitar fora uma vida humana para resolver um problema?”, questionou,
perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro para a audiência
pública semanal.
Perante o “não” que serviu de resposta da multidão, o pontífice deixou
novas interrogações.
“É justo contratar um assassino para resolver um problema? Não se pode, não
é justo descartar um ser humano, ainda que seja pequeno, para resolver um
problema. É como contratar um assassino”, declarou Francisco.
A intervenção inseriu-se num ciclo de reflexões sobre os Mandamentos, hoje
em particular sobre o quinto, “não matar”.
“Deus ama a vida”, realçou o Papa, que pediu à multidão que repetisse esta
frase.
A reflexão centrou-se em particular sobre os casos de fetos em que são
detetadas deficiências, “mesmo graves”, com a recomendação de interromper a
gravidez.
“Os pais, nestes casos dramáticos, têm necessidade de verdadeira
proximidade, de verdadeira solidariedade, para enfrentar a realidade e superar
os seus compreensíveis medos”, observou Francisco, para quem a solução do
aborto é “eliminar alguém”, de forma direta.
Segundo o Papa, é “contraditório” permitir a supressão da vida humana “no
ventre materno” em nome da salvaguarda de outros direitos.
Francisco falou ainda da vida que é ameaçada e agredida pelas guerras, a
destruição da natureza e por “sistemas que submetem a existência humana a
cálculos de oportunidade”.
No final do encontro, o pontífice deixou uma saudação aos peregrinos de
língua portuguesa.
“Este mês de outubro encoraja-nos a perseverar na recitação diária do
terço, possivelmente em família, para que se reflita também na Igreja doméstica
o modelo de Maria. O segredo da sua serenidade e confiança estava nesta
certeza: «A Deus, nada é impossível». Desça, pois, sobre vós e vossas famílias
a Bênção do Senhor”, concluiu.
OC
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