Moçambique: situação muito preocupante
Moçambique: situação muito preocupante
17 Abril, 2020 JM-255
ONGD Helpo reforçou a prevenção ao Coronavirus com kits de higiene para os Centros Acolhimento da Província de Cabo Delgado, Moçambique, que acolhem um total de 489 crianças/jovens | Foto: Helpo |
Ataques armados
A
Agência Vatican News informou, no dia 16/07/2020, que durante a Semana Santa,
homens armados invadiram o recinto da Missão de Nangololo, no distrito de Cabo
Delgado, no norte de Moçambique. Entraram no interior da igreja e atearam fogo,
tendo ficado destruída.
Depois
dos ataques a Mocímboa da Praia e a Quissanga, nos dias 23 e 25 de março,
aumentou o número dos que fogem temendo novas incursões dos grupos armados.
Os
ataques às duas vilas foram reivindicados pelo Daesh, o
auto-proclamado Estado Islâmico. Homens fortemente armados exibindo a bandeira
negra dos grupos jihadistas ocuparam as duas vilas durante 24 horas.
D.
Luiz Lisboa, bispo de Pemba, fala de pessoas a “fugir de uma situação de
insegurança total. Ninguém sabe o que vai acontecer.” A violência com contornos
brutais – aldeias reduzidas a cinza e pessoas, normalmente simples aldeões,
decapitados num cenário de horror – é a razão da fuga. Terá havido já à volta
de 500 mortos.
“A
situação é dramática. Um povo que perdeu tudo e que passa já fome, há muito tempo”,
esclarece o bispo. Este é o distrito mais pobre de Moçambique que é
considerado, pelas Nações Unidas, um dos 10 países mais pobres do
mundo. O cenário é de catástrofe
“A Igreja está muito preocupada com o povo… “.
«Muito preocupante»
O
português Carlos Almeida, que coordena a ação da ONGD HELPO em Moçambique,
disse à ECCLESIA e à Renascença que um ano depois da passagem do ciclone Idai,
a situação no país africano é “muito preocupante”.
“As
pessoas nas zonas rurais estão realmente a passar mal, com muitas dificuldades,
e vão conseguindo sobreviver, nem digo viver”, referiu.
Antigo
professor, Carlos Almeida está desde 2010 em Moçambique, ao serviço da Helpo.
Esta está a promover o projeto Reconstrução e resiliência nas estruturas de
saúde e população pós-Idai” na região do Dombe, elogiando o papel que a Igreja
Católica desempenha no terreno.
O covid-19
A
representante da OMS em Moçambique, Djamila, alertou para a prevenção e
comunicação do covid-19 no país. Já há confirmados e muitas empresas fecharam
havendo milhares de desempregados.
“Insistir na triagem, em termos de identificar e procurar
os casos suspeitos, testar para ver se são positivos ou negativos. Se são
positivos, procurar todos os contatos e testar, se for necessário. E
internar nos hospitais, se necessário.
Djamila
aponta para os cuidados essenciais: “Falamos em lavar as
mãos, na etiqueta da tosse, falamos em distância social”.
É
preciso que as pessoas entendam que a quarentena é para o bem delas, para
o bem das suas famílias e para o bem das populações
Em
Moçambique, com uma população jovem, as medidas podem ter alguma
dificuldade em serem implementadas corretamente, mas a comunicação
continua a ser arma fundamental.
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