Moçambique: situação muito preocupante


Moçambique: situação muito preocupante
ONGD Helpo reforçou a prevenção ao
Coronavirus com kits de higiene para os
Centros Acolhimento da Província de
Cabo Delgado, Moçambique, que
acolhem um total de 489
crianças/jovens | Foto: Helpo
Ataques armados
A Agência Vatican News informou, no dia 16/07/2020, que durante a Semana Santa, homens armados invadiram o recinto da Missão de Nangololo, no distrito de Cabo Delgado, no norte de Moçambique. Entraram no interior da igreja e atearam fogo, tendo ficado destruída. 
Depois dos ataques a Mocímboa da Praia e a Quissanga, nos dias 23 e 25 de março, aumentou o número dos que fogem temendo novas incursões dos grupos armados. 
Os ataques às duas vilas foram reivindicados pelo Daesh, o auto-proclamado Estado Islâmico. Homens fortemente armados exibindo a bandeira negra dos grupos jihadistas ocuparam as duas vilas durante 24 horas.
D. Luiz Lisboa, bispo de Pemba, fala de pessoas a “fugir de uma situação de insegurança total. Ninguém sabe o que vai acontecer.” A violência com contornos brutais – aldeias reduzidas a cinza e pessoas, normalmente simples aldeões, decapitados num cenário de horror – é a razão da fuga. Terá havido já à volta de 500 mortos.
“A situação é dramática. Um povo que perdeu tudo e que passa já fome, há muito tempo”, esclarece o bispo. Este é o distrito mais pobre de Moçambique que é considerado, pelas Nações Unidas, um dos 10 países mais pobres do mundo. O cenário é de catástrofe
 “A Igreja está muito preocupada com o povo… “.

«Muito preocupante»
O português Carlos Almeida, que coordena a ação da ONGD HELPO em Moçambique, disse à ECCLESIA e à Renascença que um ano depois da passagem do ciclone Idai, a situação no país africano é “muito preocupante”.
“As pessoas nas zonas rurais estão realmente a passar mal, com muitas dificuldades, e vão conseguindo sobreviver, nem digo viver”, referiu.
Antigo professor, Carlos Almeida está desde 2010 em Moçambique, ao serviço da Helpo. Esta está a promover o projeto Reconstrução e resiliência nas estruturas de saúde e população pós-Idai” na região do Dombe, elogiando o papel que a Igreja Católica desempenha no terreno.

O covid-19
A representante da OMS em Moçambique, Djamila, alertou para a prevenção e comunicação do covid-19 no país. Já há confirmados e muitas empresas fecharam havendo milhares de desempregados.
 “Insistir na triagem, em termos de identificar e procurar os casos suspeitos, testar para ver se são positivos ou negativos. Se são positivos, procurar todos os contatos e testar, se for necessário. E internar nos hospitais, se necessário. 
Djamila aponta para os cuidados essenciais:  “Falamos em lavar as mãos, na etiqueta da tosse, falamos em distância social”.
É preciso que as pessoas entendam que a quarentena é para o bem delas, para o bem das suas famílias e para o bem das populações
Em Moçambique, com uma população jovem, as medidas podem ter alguma dificuldade em serem implementadas corretamente, mas a comunicação continua a ser arma fundamental.

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