LARES visitas


LARES visitas
Covid-19: Reabertura dos lares a visitas tem de ser «bem programada» para olhar o futuro com «serenidade e confiança»
Abr 24, 2020 - 17:59
Presidente da CNIS afirma que o «panorama não é assustador», aumentam pedidos de apoio domiciliário e de refeições
Foto Agência Ecclesia/MC, Padre Lino Maia
O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) afirmou que os pedidos de apoio domiciliário e de refeições estão a  aumentar, disse que o “panorama não é assustador” e que a reabertura de lares a visitas “tem de ser bem programada”.
“A reabertura de lares a visitas tem de ser bem programada, não pode ser abrupta. É desejável que assim aconteça e penso que em breve podemos apresentar um programa de reabertura dos lares a visitas”, afirmou o padre Lino Maia à Agência Ecclesia.
O presidente da CNIS disse que “não está definido calendário”, assim como as “formas como isso poderá acontecer”, o que “tem ser de uma forma paulatina e tutelada” e mantendo sempre um “distanciamento social”.
“As visitas terão sempre a tentação de uma proximidade muito forte, porque o reencontro tende a ser muito afetivo. Para mútua proteção, é importante que haja sempre distanciamento”, afirmou.
O padre Lino Maia referiu que um despacho do Ministério da Saúde de 20 de abril vai permitir que os cuidados de saúde a doentes covid-19 sejam prestados por profissionais de saúde em residências alternativas e disse que, com a colaboração das autarquias e a coordenação de cinco secretários de estado, essas residências estão a ser criadas.
O presidente da CNIS informou também que começam a ser garantidos os meios necessários ao desenvolvimento das respostas sociais das instituições no contexto da pandemia covid-19, nomeadamente o equipamentos de proteção individual, a realização de testes, a disponibilidade de profissionais de saúde e as residências alternativas.
“Noto que nas instituições está a reinstalar-se alguma serenidade e confiança porque alguns destes problemas estão a ser ultrapassados, nomeadamente a questão do acompanhamento da saúde, residências alternativas, testes e equipamentos de proteção individual”, afirmou.
“Com a solidariedade da comunidade local vai-se superando este problema”, sublinhou o padre Lino Maia.
A Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS) tem, entre as suas associadas, 847 instituições com lares, apoio domiciliária e centros de dia, das quais 60% são geridas por estruturas da Igreja Católica.
O padre Lino Maia lembrou também que há 150 mil pessoas a residir e em lares, das quais 100 mil são IPSS e Misericórdias.
“Nos lares estão as pessoas mais frágeis, com histórico de saúde muito complicado, muito dependentes, com idade muito avançada e estarão mais permeáveis à fatalidade. Se não estivessem nos lares estariam emparedadas entre o abandono e a solidão. Estariam certamente mais fragilizadas”, afirmou.
O Presidente da CNIS lembrou que os “lares ainda são espaços de acolhimento, acompanhamento e tratamento e onde as pessoas encontram melhores condições para viver e para perspetivar o futuro”.
Sem desvalorizar cada vida humana, o padre Lino Maia disse que, “comparativamente a outros países”, os óbitos em lares “não tem sido em números assustadores” e diante das estimativas da Organização Mundial de Saúde, que aponta para metade dos falecimentos pela doença covid-19 nos lares, em Portugal são um terço.
O presidente da CNIS alertou para o “alargamento de serviço de apoio domiciliário” que está a ser pedido ás IPSS, “porque há doentes covid que ficam retidos nas suas casas e precisam de apoio”, assim como o aumento do pedido de refeições por causa do crescimento do desemprego, que está a convocar a “rede de solidariedade” das instituições e das comunidades locais.
“Neste momento e muito graças a esta rede de solidariedade que brota das comunidades locais, podemos olhar com alguma serenidade e confiança para o próximo futuro”, afirmou.

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