PORTUGAL POBREZA necessitados
POBREZA necessitados
Guarda:
Bispo pede proximidade aos «mais necessitados» e aos que «mais sofrem»
Abr 14, 2020 - 19:01
D. Manuel Felício lembra diocese do «imperativo especial» de estarem
atentos aos que mais precisam
Foto: Diocese da Guarda |
O bispo da Guarda afirmou numa carta enviada aos seus diocesanos que “da fé
deriva o imperativo especial” de estarem atentos aos que mais precisam, onde
assinala que “é natural” que da pandemia Covid-19 apareçam “novas
necessidades”.
“É preciso que estejamos próximos dos mais necessitados e dos que mais
sofrem, procurando responder sobretudo às situações de solidão e abandono. Pode
acontecer que, nestas circunstâncias especiais as pessoas mais fragilizadas
pela idade ou outras razões exijam o nosso empenho mais direto e precisem que
lhe ofereçamos os nossos serviços, mesmo tendo de correr alguns riscos”,
escreveu D. Manuel Felício.
Na carta aos diocesanos da Guarda, enviada hoje à Agência ECCLESIA, o seu
bispo explica que “respeitando” as orientações de isolamento social para ficar
em casa e nas relações sociais usem “os meios necessários”, “como sejam o
telefone e outros”, para não perderem o contacto com as pessoas.
“O nosso olhar, nestes tempos de paragem obrigatória, não pode confinar-se
ao interior da Igreja. É preciso voltá-lo também para a consideração do que tem
de ser a vida da nossa sociedade no futuro novo a que a pandemia nos vai
obrigar; O melhor é participarmos, quanto de nós depende, na sua definição”,
desenvolveu.
Segundo D. Manuel Felício é preciso uma sociedade onde “todos estão mais
atentos a todos, privilegiando os mais frágeis”, sejam de idade, doença ou de
pobreza material.
“Precisamos de caminhar para haver mais equilíbrio nas diferentes situações
das pessoas, evitando os extremos da opulência e da miséria. Os recursos que
são de todos têm de ser bem geridos, com o pensamento em todos. E esses
recursos vão desde o emprego a manter ou a criar ou a distribuir até ao
respeito pelas pessoas nas suas situações variadas e pela própria natureza”,
desenvolveu.
Para o bispo da Guarda são necessárias lideranças que “cultivem a
proximidade com todos”, que sintam como suas as situações das pessoas e se
organizem para “não deixar ninguém no isolamento ou no abandono”.
“Vamos procurar que a fé no Senhor
Ressuscitado seja a força que nos motiva para o serviço que nos for pedido, sem
descurarmos os que estão mais perto de nós, a começar pelo espaço das nossas
famílias”, acrescentou.
D. Manuel Felício assinala que estes são tempos também para viver “a fé em
família” que “constitui a primeira experiência de Igreja”, por isso lhe chamam
“Igreja doméstica”, destaca “a vivência do domingo com partilha da Palavra de
Deus e oração comunitária”, e “não esquecer a catequese”.
A nível interno, da Igreja Católica na Diocese da Guarda, o seu bispo
considera que este tempo de “paragem forçada” pode ajudar a ver como é que as
comunidades vão “saber reorganizar-se para conseguirem melhores resultados na
vivência da fé” e nos seus efeitos dentro e fora da Igreja.
“Vivemos a Fé, agora, em situação especialíssima, que também pode ser
oportunidade de alguma purificação. E dessa purificação faz parte aceitarmos
que sejam revistos o número, os locais e os destinatários das nossas
celebrações dominicais; as formas como organizamos as nossas festas de
padroeiros e santos populares”, adiantou D. Manuel Felício.
CB
Comentários
Enviar um comentário