IGREJA encontro PM e cardeal Clemente
IGREJA encontro PM e cardeal Clemente
Primeiro-ministro aponta regresso gradual de celebrações religiosas em
maio
A
posição oficial da Igreja só deve ser conhecida amanhã, depois do encontro
entre membros do Conselho Permanente da CEP.
20 Abril, 2020
Foto: Lusa |
António
Costa elogiou esta segunda-feira o “exemplo” da Igreja Católica durante o
estado de emergência, apontando ao regresso gradual das celebrações religiosas
em maio.
O
primeiro-ministro falava aos jornalistas após uma reunião com presidente da
Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Manuel Clemente, na residência do
cardeal-patriarca, junto ao Seminário dos Olivais.
Os
responsáveis debateram o levantamento das restrições às celebrações religiosas
face à pandemia de Covid-19.
“Deveremos,
a partir de maio, começar a encontrar um maior ponto de normalidade, nas
celebrações religiosas, tendo em conta a previsão que temos”, disse o
primeiro-ministro.
Esse
regresso será feito “gradualmente e com todos os cuidados sanitários” que
permitam aliviar as atuais medidas de contenção, mas o chefe do Executivo não
quis comentar a forma como será retomada a celebração comunitária das Missas.
“É
uma decisão que caberá, sobretudo, à Igreja Católica e aquilo que me foi
transmitido é que a Igreja continuará a ser um exemplo e uma referência na
forma de celebração da fé, mantendo naturalmente as regras que podem contribuir
positivamente para a saúde pública”, acrescentou.
O
chefe do executivo disse ter transmitido a D. Manuel Clemente os agradecimentos
do Governo pelo “grande esforço e exemplo” que a Igreja Católica tem dado,
“muito em particular durante a quadra pascal”.
António
Costa assinalou que maio é “um mês particularmente importante para a Igreja
Católica”, apontando ao diálogo com as várias confissões religiosas para
enfrentar o “longo período” até ao regresso à normalidade, provavelmente no
verão de 2021, quando houver uma vacina para o novo coronavírus.
“A
seguir ao estado de emergência, não volta tudo ao normal”, advertiu.
Entretanto,
de acordo com o que avança a Agência ECCLESIA, depois de contato com o
secretário e porta-voz da CEP, padre Manuel Barbosa, está agendado para esta
terça-feira 21 de abril, um encontro entre membros do Conselho Permanente do
organismo episcopal.
Só
após esta reunião é que a Igreja Católica se deve pronunciar sobre este
levantamento às restrições. De resto, e por esse motivo, D. Manuel Clemente não
prestou declarações aos jornalistas, esta manhã.
Recorde-se
que foi no dia 13 de março, que a Conferência Episcopal de Portugal determinou
a suspensão de todas as celebrações comunitárias de Missas em Portugal, até
“ser superada a atual situação de emergência”, com limitações ainda às
celebrações de batismos, matrimónios e funerais.
O
decreto que renovou o estado de emergência, em vigor até o final do dia 2 de
maio, apresenta medidas de restrições à liberdade de culto, para reduzir o
risco de contágio e executar as medidas de prevenção e combate à epidemia,
incluindo “a limitação ou proibição de realização de celebrações de cariz
religioso e de outros eventos de culto que impliquem uma aglomeração de
pessoas”.
Quanto
aos funerais, com ou sem acompanhamento religioso, o decreto determina que a
sua realização “está condicionada à adoção de medidas organizacionais que
garantam a inexistência de aglomerados de pessoas e o controlo das distâncias
de segurança, designadamente a fixação de um limite máximo de presenças”, a
determinar pela autarquia local que exerça os poderes de gestão do respetivo
cemitério.
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