DIA DA MISERICÓRDIA o vírus daa indiferença
DIA DA MISERICÓRDIA o vírus
daa indiferença
A misericórdia não abandona quem fica para trás.” Papa alerta para o
vírus da indiferença
“Nesta festa da Divina
Misericórdia, o anúncio mais encantador chega através do discípulo mais
atrasado. Só faltava ele, Tomé. Mas o Senhor esperou por ele. A misericórdia
não abandona quem fica para trás”, disse o Papa ao celebrar a missa do II
Domingo de Páscoa na Igreja do Espírito Santo 'in Sassia'.
Por Vatican News
19
Abril, 2020
Foto: Vatican Media |
O Papa Francisco deixou o Vaticano esta manhã para percorrer poucos metros até a Igreja do Espírito Santo ‘in Sassia’, ao lado da Cúria Geral dos Jesuítas, para celebrar a missa deste II Domingo de Páscoa. E o fez no mesmo lugar onde, 20 anos antes, São João Paulo II instituiu o Domingo da Misericórdia ao canonizar a polonesa Ir. Faustina Kowalska.
Como nos ritos da Semana
Santa, não havia fiéis. Na homilia,
o Pontífice comentou o Evangelho de João e a semana que os discípulos
transcorreram depois da ressurreição do Mestre – uma semana marcada pela “incredulidade medrosa”.
Diante deste sentimento, Jesus
volta para o meio deles para anunciar que Deus não se cansa de estender a Sua
mão para nos levantar. E esta “mão” é precisamente a misericórdia. Deus não é
um patrão com o qual ajustar as contas, mas o Pai que sempre nos levanta.
“Hoje, nesta igreja que se
tornou santuário da misericórdia em Roma, no domingo que São João Paulo II
dedicou à Misericórdia Divina há vinte anos, acolhamos confiadamente esta
mensagem”, disse o Papa.
Entregar as nossas misérias ao Senhor
A Santa Faustina, disse Jesus:
«Eu sou o amor e a misericórdia em pessoa; não há miséria que possa superar a
minha misericórdia» (Diário, 14/IX/1937). Uma frase que surpreendeu a
santa foi quando Cristo pediu que ela oferecesse aquilo que é verdadeiramente
seu – também nosso -, a sua miséria.
Também nós podemos nos
interrogar se mostramos as nossas quedas ao Senhor ou se há um pecado, remorso,
ferida ou rancor que guardamos para nós. “O Senhor espera que Lhe levemos as
nossas misérias, para nos fazer descobrir a sua misericórdia.”
Em meio aos discípulos, Jesus
mostra as suas chagas e pede que Tomé as toquem descobrindo o amor.
“Tomé, que chegara atrasado,
quando abraça a misericórdia, ultrapassa os outros discípulos: não acredita só
na ressurreição, mas também no amor sem limites de Deus. E faz a profissão de
fé mais simples e mais bela: «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20, 28).”
Eis a ressurreição do
discípulo, explica Francisco, que se realiza quando a sua humanidade, frágil e
ferida, entra na humanidade de Jesus. É a mesma fragilidade que estamos
experimentando neste momento de reclusão.
Nesta festa da Divina
Misericórdia, o anúncio mais encantador chega através do discípulo mais
atrasado. Só faltava ele, Tomé. Mas o Senhor esperou por ele.
“A MISERICÓRDIA NÃO ABANDONA QUEM FICA PARA TRÁS.”
O vírus da indiferença egoísta
Enquanto pensamos numa
recuperação da pandemia, alertou o Pontífice, é precisamente este perigo que se
insinua: esquecer quem ficou para trás.
“O RISCO É QUE NOS ATINJA UM VÍRUS AINDA PIOR: O DA INDIFERENÇA EGOÍSTA.
TRANSMITE-SE A PARTIR DA IDEIA QUE A VIDA MELHORA SE VAI MELHOR PARA MIM, QUE
TUDO CORRERÁ BEM SE CORRER BEM PARA MIM.”
O vírus se alastra quando se
selecionam as pessoas, se descartam os pobres, se imola “no altar do progresso
quem fica para trás”.
“É tempo de remover as
desigualdades, sanar a injustiça que mina pela raiz a saúde da
humanidade inteira!”, exortou.
Distribuir os bens não é ideologia, é cristianismo
A comunidade cristã primitiva
colocou em prática a misericórdia, como descreve o livro dos Atos dos
Apóstolos: os fiéis «possuíam tudo em comum. Vendiam terras e outros bens e
distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um» (At 2,
44-45). “Isto não é ideologia”, recordou Francisco. “É cristianismo.”
Naquela comunidade, depois da
ressurreição de Jesus, apenas um tinha ficado para trás. Hoje, parece acontecer
o contrário: uma pequena parte da humanidade avançou, enquanto a maioria ficou
para trás. E o Papa insistiu:
“NÃO PENSEMOS SÓ NOS NOSSOS INTERESSES. APROVEITEMOS ESTA PROVA COMO
UMA OPORTUNIDADE PARA PREPARAR O AMANHÃ DE TODOS. SEM DESCARTAR NINGUÉM: DE
TODOS. PORQUE, SEM UMA VISÃO DE CONJUNTO, NÃO HAVERÁ FUTURO PARA NINGUÉM.”
Façamos como o apóstolo Tomé,
concluiu o Papa: acolhamos a misericórdia, que é a salvação do mundo. E usemos
de misericórdia para com os mais frágeis: só assim reconstruiremos um mundo
novo.
Bianca
Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
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