MULHERES diaconado feminino
MULHERES diaconado feminino
Nova Comissão de Estudo sobre o diaconato feminino
O Papa Francisco criou uma nova Comissão de
Estudo sobre o diaconato feminino, como já tinha preanunciado na conclusão do
Sínodo sobre a Amazônia. O presidente da nova Comissão é o arcebispo de Áquila,
o cardeal Petrocchi. Entre os membros do novo organismo, cinco mulheres
VATICAN NEWS 10.04.2020
No decorrer de uma recente
audiência concedida ao cardeal Luis Francisco Ladaria Ferrer, prefeito da
Congregação para a Doutrina da Fé, o Papa Francisco decidiu instituir uma nova
Comissão de Estudo sobre o diaconato feminino.
O presidente designado pelo
Santo Padre é o arcebispo de Áquila, o cardeal Giuseppe Petrocchi e o
secretário, o oficial da Congregação para a Doutrina da Fé o reverendo Denis
Dupont-Fauville.
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Enquanto que os membros da
Comissão são: Prof. Catherine Brown Tkacz, Lviv (Ucrânia); Prof. Dominic
Cerrato, Steubenville (EUA); Prof. Don Santiago del Cura Elena, Burgos
(Espanha); Prof. Caroline Farey, Shrewsbury (Grã-Bretanha); Prof. Barbara
Hallensleben, Friburgo (Suíça); Prof. Don Manfred Hauke, Lugano (Suíça); Prof.
James Keating, Omaha (EUA); Mons. Angelo Lameri, Crema (Itália); Prof Rosalba
Manes, Viterbo (Itália); Prof. Anne-Marie Pelletier, Paris (França).
Na conclusão do Sínodo sobre a
Amazônia o Papa já tinha preanunciado a sua intenção de convocar novamente uma
Comissão de Estudo sobre o diaconato feminino “para continuar a estudar” e “ver
como era o diaconato permanente na Igreja primitiva”.
Encontro com as Superioras
Gerais
Em 2016, depois de um encontro
com a União Internacional das Superioras Gerais (UISG), tinha instituído uma
primeira Comissão de Estudo sobre o diaconato das mulheres com a específica
tarefa de “estudar a questão”, mas o organismo conseguiu apenas um resultado
parcial. Francisco falou sobre o assunto de modo aprofundado no novo encontro
com as Superioras em 10 de maio de 2019, entregando às religiosas o êxito do
trabalho da Comissão, definido “um passo adiante”, mesmo sendo pequeno.
Ao falar às religiosas, o Papa
disse que é preciso persistir na compreensão do papel da mulher na Igreja e
“não errar pensando que seja apenas um trabalho funcional”. “O importante –
sublinhara na ocasião - é algo que vá além das funções, que ainda não
amadureceu, que ainda não compreendemos bem. Digo “a Igreja é feminina”, “a
Igreja é mulher”, e alguém replica: ‘Sim, mas esta é uma imagem’. Não, é a
realidade. Na Bíblia, no Apocalipse chamam-na ‘a esposa’, é a esposa de Jesus,
é uma mulher. Mas sobre esta teologia da mulher devemos persistir”.
“A Igreja – acrescentava -
desenvolve-se no caminho da fidelidade à Revelação. Não podemos mudar a
Revelação. É verdade que a Revelação se desenvolve… progride com o tempo. E nós
com o tempo compreendemos melhor a fé. O modo de entender a fé hoje, depois do
Vaticano II, é diferente da maneira de compreender a fé antes do Vaticano II,
por quê?, porque há um progresso da consciência (…) Por isso, sobre o caso do
diaconato, devemos procurar o que havia no início da Revelação, e se houver
algo, fazê-lo crescer e que amadureça... Se não houver alguma coisa, se o
Senhor não quis o ministério sacramental para as mulheres não se vai em frente
(…). Precisamos de discernir. Não é tudo branco ou preto, nem sequer cinzento.
Tudo está a caminho, mas percorrendo a via correta, a estrada da Revelação. Não
podemos caminhar por outra estrada”.
Querida Amazônia
Na Exortação apostólica
pós-sinodal “Querida Amazônia”, o Papa Francisco recordou o grande papel das
mulheres na região e reiterou o convite a “a alargar o horizonte para evitar
reduzir a nossa compreensão da Igreja a meras estruturas funcionais. Este
reducionismo levar-nos-ia a pensar que só se daria às mulheres um status e uma
participação maior na Igreja se lhes fosse concedido acesso à Ordem sacra. Mas,
na realidade, este horizonte limitaria as perspectivas, levar-nos-ia a
clericalizar as mulheres, diminuiria o grande valor do que elas já deram e
sutilmente causaria um empobrecimento da sua contribuição indispensável”.
Jesus – escreve Francisco –
apresenta-se como Esposo da comunidade que celebra a Eucaristia, através da
figura de um varão que a ela preside como sinal do único Sacerdote. Este
diálogo entre o Esposo e a esposa que se eleva na adoração e santifica a
comunidade não deveria fechar-nos em concepções parciais sobre o poder na
Igreja. Porque o Senhor quis manifestar o seu poder e o seu amor através de
dois rostos humanos: o de seu divino Filho feito homem e o de uma criatura que
é mulher, Maria. As mulheres prestam à Igreja a sua contribuição segundo o modo
que lhes é próprio e prolongando a força e a ternura de Maria, a Mãe. Deste
modo não nos limitamos a uma impostação funcional, mas entramos na estrutura
íntima da Igreja. Assim compreendemos radicalmente por que, sem as mulheres,
ela se desmorona”.
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