IDOSOS solidão mata
IDOSOS solidão mata
Covid-19: Vaticano pede maior atenção aos idosos e diz que solidão
também mata
Abr 7, 2020 - 14:31
Dicastério para os Leigos, a
Família e a Vida sublinha que os mais velhos estão a pagar «preço elevado» por
causa da pandemia
O Vaticano divulgou hoje uma nota sobre o
impacto da pandemia de Covid-19 sobre os mais velhos, alertando que a “solidão”
também está a matar.
“A geração dos nossos idosos, nestes dias
– difíceis para todos – está a pagar o preço mais alto da pandemia de Covid-19.
As estatísticas mostram que, na Itália, mais de 80% das pessoas que perderam a
vida tinham mais de 70 anos”, refere o Dicastério para os Leigos, a Família e a
Vida (Santa Sé).
O texto, intitulado “Idosos: na solidão, o
coronavírus mata mais”, recorda todos os que se encontram “frágeis e
desorientados”.
“Se é verdade que o coronavírus é mais
letal quando encontra um corpo debilitado, em muitos casos a patologia anterior
é a solidão. Não é por acaso que estamos testemunhando a morte, em proporções e
modalidades terríveis, de muitas pessoas que vivem longe das suas famílias, em
condições de solidão verdadeiramente debilitantes e desanimadoras”, adverte o
organismo do Vaticano.
Não deixemos os idosos sozinhos, porque na solidão o coronavírus mata
mais”.
O Dicastério para os Leigos, a Família e a
Vida denuncia a “condição de abandono” em que se encontram tantas pessoas,
sublinhando que isso “pode significar salvar vidas”.
“Ligações, mensagens de vídeo ou de voz
ou, mais tradicionalmente, cartas endereçadas a quem está sozinho” são as
propostas do documento, que recorda o trabalho feito por muitas paróquias na
entrega de alimentos e medicação.
“A gravidade do momento exige que todos
façamos mais. Como indivíduos e como Igrejas locais, podemos fazer muito pelos
idosos: rezar por eles, curar a doença da solidão, ativar redes de
solidariedade e muito mais”, sustenta a Santa Sé.
O documento dedica uma atenção particular
aos lares e residências, desde onde chegam “notícias terríveis”.
A concentração no mesmo local de tantas pessoas frágeis e a dificuldade
de encontrar os dispositivos de proteção criaram situações muito difíceis de
administrar, apesar da abnegação e, nalguns casos, o sacrifício da equipa
dedicada à assistência”.
A Santa Sé considera que esta crise
resulta de um “um abandono assistencial e terapêutico que vem de longe”,
sublinhando que salvar a vida dos idosos “é uma prioridade, tanto quanto salvar
qualquer outra pessoa”, pedindo soluções de emergência.
“Unamo-nos, então, em oração pelos avós e
idosos de todo o mundo. Reunamo-nos ao seu redor, com o pensamento e o coração
e, onde for possível, com a ação, para que não se sintam sozinhos”, conclui o documento divulgado pelo portal de notícias do
Vaticano.
OC
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