PORTUGAL IDOSOS NOS LARES abandonados pelo governo
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A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) e a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) manifestaram hoje preocupação com a “grave situação” que dizem existir nos lares de idosos e pessoas com deficiência.
IDOSOS NOS LARES abandonados pelo governo
Misericórdias e IPSS alertam
para «grave situação» nos lares de idosos e pessoas com deficiência
Abr 13, 2020 - 20:43
Organismo descartam
possibilidade de tratar doentes dentro destes equipamentos
Foto: Lusa |
A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) e a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) manifestaram hoje preocupação com a “grave situação” que dizem existir nos lares de idosos e pessoas com deficiência.
Em comunicado conjunto, os organismos
sublinham, no contexto da pandemia de Covid-19, que os lares “não são
equipamentos de saúde”, pelo que não podem ser deixados por sua conta no
tratamento de doentes, dentro dos equipamentos.
A UMP e a CNIS sublinham que se está
perante “uma doença aguda, de rápida evolução, alta contagiosidade, e elevada
mortalidade na população frágil e idosa”, perante a qual os lares “não possuem
condições, quer em termos de infraestruturas, quer em termos de recursos
técnicos e humanos para darem acompanhamento” aos contagiados.
Misericórdias e IPSS falam em “sensação de
impotência e abandono”, considerando que não é “compreensível nem aceitável que
o Estado queira deixar os doentes com Covid-19 nos lares, retirando os utentes
que não estão infetados”.
“Um doente com infeção de Covid-19
necessita de cuidados de saúde, com vigilância diária por médicos e enfermeiros.
Precisará muito provavelmente de controlo sintomático em fim de vida por doença
aguda e rapidamente progressiva. Suporte que os lares não podem dar sem o apoio
complementar da saúde”, pode ler-se no comunicado.
As auxiliares não podem prestar cuidados de saúde em doença aguda. Não é
a sua competência nem a sua missão. Não são médicos, nem enfermeiras”.
A UMP e a CNIS alertam ainda para a falta
de espaços de isolamento, equipamentos de proteção individual (EPI) e
profissionais de saúde “adequadamente treinados para prevenir o contágio”.
O Governo determina que compete aos lares
a vigilância e tratamento de doentes com Covid-19, mas Misericórdias e IPSS
consideram que o ficou por “definir a cobertura necessária de médicos
enfermeiros e o fornecimento de EPI”.
“Temos assistido repetidamente nos últimos
dias a situações dramáticas de doentes residentes em lar a quem não são
assegurados os cuidados básicos de saúde”, adverte a posição conjunta.
As instituições decidiram constituir um
Gabinete Técnico composto por profissionais qualificados, para apoio às
Misericórdias, que vai ser alargado à CNIS.
O documento conclui-se com um apelo à
intervenção do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, para
promover a articulação com o Ministério da Saúde.
OC
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