COVID-19 salvação todos
COVID-19 salvação todos
«Ninguém se salva sozinho», a lição que o Papa quer manter para o futuro
Abr 17, 2020 - 12:32
Francisco propõe «plano para
ressuscitar» humanidade no pós-pandemia, em texto publicado na revista
espanhola Vida Nueva
O Papa Francisco assina hoje um texto na revista espanhola ‘Vida Nueva’ em que propõe um “plano para ressuscitar” a humanidade, após a pandemia de Covid-19, referindo que “ninguém se salva sozinho”.
“Se pudemos aprender alguma coisa neste
tempo, é que ninguém se salva sozinho. As fronteiras caem, os murros
derrubam-se e todos os discursos integristas se dissolvem, perante uma presença
quase impercetível que manifesta a fragilidade de que somos feitos”, escreve.
O texto elogia todos os que,
nestes tempos, foram capazes de “cuidar, sem colocar em risco a vida dos
outros”, saudando médicos, enfermeiros e enfermeiras, trabalhadores da limpeza,
transportes, forças de segurança, voluntários, educadores e “tantos outros”.
O Papa realça que, se as autoridades
ordenaram o confinamento, foram as pessoas que o tornaram possível,
“conscientes da sua responsabilidade para travar a pandemia”.
“Vizinhos e familiares colocaram-se em
marcha, com esforço e sacrifício, para ficar nas suas casas e assim travar a
difusão” do novo coronavírus, assinala o pontífice.
Francisco diz que é necessário assumir “o
impacto e as graves consequências” do momento que se vive, unindo a “família
humana” numa resposta comum aos males que atingem milhões de pessoas em todo o
mundo.
“A globalização da indiferença vai
continuar a ameaçar e a tentar o nosso caminho. Queira Deus que nos encontre
com os anticorpos necessários da justiça, da caridade e da solidariedade”,
aponta.
O artigo destaca a “força
imparável” da fé e do serviço ao próximo, afirmando que “Deus nunca abandona o
seu povo”.
A reflexão parte da fé cristã na
ressurreição de Jesus Cristo, celebrada na Páscoa, uma proposta de “vida nova”
para toda a humanidade.
O Papa recorda que, segundo os Evangelhos, as mulheres
foram as primeiras a anunciar a ressurreição e o fizeram porque “foram capazes
de colocar-se em movimento, sem se deixar paralisar pelo que estava a
acontecer”.
Francisco deixa um convite à
“alegria”, admitindo que possa parecer uma “provocação”, perante a situação
vivida por milhões de pessoas, comparando o sofrimento e as “graves
consequências” que se vislumbram à “pedra do sepulcro”, que foi removida na
Páscoa.
“Sempre que tomamos parte na Paixão do
Senhor, que acompanhamos a paixão dos nossos irmãos, vivendo inclusivamente a
própria paixão, os nossos ouvidos escutam a novidade da ressurreição: não
estamos sós, o Senhor precede-nos no nosso caminhar, removendo as pedras que
nos paralisam”, sustenta.
OC
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