MOÇAMBIQUE Nem à terceira...? Para quando a paz e o pão?!
MOÇAMBIQUE
Nem à terceira...? Para quando a paz e o pão?!
Diz o povo que ‘à terceira é de vez!’ e, neste caso, esperamos que sim. A Frelimo e Renamo reuniram-se no dia 1 de agosto 2019, para assinar o terceiro acordo de paz.
Diz o povo que ‘à terceira é de vez!’ e, neste caso, esperamos que sim. A Frelimo e Renamo reuniram-se no dia 1 de agosto 2019, para assinar o terceiro acordo de paz.
Objectivo claro: acabar de
vez com toda a violência no país que resulte dos problemas de relacionamento
entre estas duas forças políticas.
Recordemos a história.
Em 1975, Portugal entregou ao
Movimento Frelimo a governação de Moçambique como país independente. O
marxismo-leninismo tomou conta deste novo estado lusófono. As reações internas
a este regime autoritário não demoraram.
Em 1976 começou a guerra civil
com a Renamo. O país viveu 16 cruéis anos de guerra civil que terminaria,
oficialmente, em 1992 com os Acordos de Roma, com a mediação da Comunidade de
Santo Egídio.
As tensões entre as duas
grandes forças moçambicanas continuaram a fazer-se sentir, dando sinais, aqui e
além, de que a paz era frágil demais para ser considerada uma conquista
definitiva.
A Renamo nunca deixou o seu
quartel general no grande e protegido Parque da Gorongosa.
Em 2013 as tensões voltaram ao
rubro, houve ataques obrigando a ‘sentar’ e a rubricar mais um acordo de paz em
2014.
A Frelimo e a Renamo
continuaram a negociar uma paz mais sólida e eficaz. Entretanto, morreu Afonso
Nhlakama, líder histórico da Renamo, mas prosseguiram os esforços negociais que
pareciam ter chegado a bom porto. A ida do Presidente da Frelimo e de
Moçambique à Gorongosa, chão sagrado da Renamo, foi um momento simbólico
extraordinário.
E dia 6 de agosto 2019, em
Maputo, assinaram-se novos compromissos.
Moçambique não tem tido uma
história fácil.
Primeiro foi a guerra. Depois
vieram secas e inundações. Em 2019, foi marcado por dois ciclones terríveis:
Idaí, no centro do país e o Keneth, no norte.
A pobreza continua a marcar o
dia a dia de boa parte dos moçambicanos.
Há mais futuro com paz do que
com violência – seria uma lição da história mas que muitos políticos e
militares não querem aprender: há mais
futuro com paz do que com violência.
Gostaríamos que o cordo
assinado em 2019 cimentasse a paz e rasgasse novos caminhos de progresso, e
significasse mais justiça, felicidade, paz e pão para todos os moçambicanos.
E o que vemos? Um povo faminto
a fugir perante assaltos brutais de um inimigo bem armado (com a bandeira negra
do Daesh) e que faz o que quer: mata, rouba queima, destrói, semeia o pânico, e
o povo se refugia nas cidades… Isto acontece no norte do país, em Cabo Delgado.
Pobre Moçambique! Pobres moçambicanos! Entre os mais pobres do Mundo!
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