VIGÍILIA PASCAL Coragem
VIGÍILIA
PASCAL Coragem
Papa Francisco: «Façamos calar os gritos de
morte», «pare o comércio das armas» e «cessem os abortos»
Abr 11, 2020 - 21:15
Homilia na noite de Páscoa lembrou a palavra «coragem» nos
Evangelhos «sai sempre da boca de Jesus»
O
Papa Francisco afirmou que os cristãos têm de ser “anunciadores de vida em
tempo de morte”, na vigília pascal onde disse que esta noite é conquistado o
“direito à esperança”, com Deus a repetir “não tenhais medo, não temais”.
“Façamos calar
os gritos de morte: de guerras, basta! Pare a produção e o comércio das armas,
porque é de pão que precisamos, não de metralhadoras. Cessem os abortos, que
matam a vida inocente. Abram-se os corações daqueles que têm, para encher as
mãos vazias de quem não dispõe do necessário”, pediu o Papa na Basílica de São
Pedro.
Na homilia da
Vigília Pascal, Francisco destacou que “é belo ser cristãos que consolam”, que
carregam os fardos dos outros, “que encorajam” e são “anunciadores de vida em
tempo de morte”.
“A cada
Galileia, a cada região desta humanidade a que pertencemos e que nos pertence,
porque todos somos irmãos e irmãs, levemos o cântico da vida”, incentivou o
Papa, lembrando que “o envio” é a segunda parte do anúncio pascal que é “de
esperança”.
Vigília Pascal, Foto Vaticano |
Segundo
Francisco, o anúncio da esperança “não deve ficar confinado” aos “recintos
sagrados” mas tem de ser levado a todas as pessoas, “porque todos têm
necessidade de ser encorajados” e questionou se não for que tocou “com a mão «o
Verbo da vida» quem o fará”.
“É preciso
regressar ao caminho, lembrando-nos de que nascemos e renascemos a partir duma
chamada gratuita de amor. Este é o ponto donde recomeçar sempre, sobretudo nas
crises, nos tempos de provação”, destacou, lembrando que os discípulos foram
enviados para a Galileia que “era a região mais distante de Jerusalém, não só
geograficamente”.
O Papa afirmou
que nesta noite conquista-se o “direito fundamental” “à esperança”, que não
será tirado, uma esperança nova, viva, “que vem de Deus”.
“Não é mero
otimismo, não é uma palmada nas costas nem um encorajamento de circunstância. É
um dom do Céu, que não podíamos obter por nós mesmos”, acrescentou.
Na homilia da
vigília Pascal, o Papa explicou que ao longo das últimas semanas todos
repetiram “com tenacidade ‘tudo correrá bem’”, agarrados “à beleza da
humanidade” e fazendo subir do coração “palavras de encorajamento”, mas à
medida que os dias passam “e os medos crescem”, “até a esperança mais audaz
pode desvanecer”.
Vigília Pascal, Foto Vaticano |
“A esperança de
Jesus é diferente. Coloca no coração a certeza de que Deus sabe transformar
tudo em bem, pois até do túmulo faz sair a vida”, assinalou.
O Papa explicou
que o túmulo é um lugar onde “quem entra, não sai”, mas Jesus saiu e
ressuscitou para as pessoas, para “trazer vida onde havia morte”, para começar
uma história nova “no ponto onde foi colocada uma pedra em cima”.
“Ele, que
derrubou a pedra da entrada do túmulo, pode remover as rochas que fecham o
coração. Por isso, não cedamos à resignação, não coloquemos uma pedra sobre a
esperança. Podemos e devemos esperar, porque Deus é fiel. Não nos deixou
sozinhos, visitou-nos: veio a cada uma das nossas situações, no sofrimento, na
angústia, na morte”, desenvolveu, pedindo aos irmãos e irmãs que no coração
tenham “sepultado a esperança” para não desistirem.
“Deus é maior. A
escuridão e a morte não têm a última palavra. Coragem! Com Deus, nada está
perdido”, acrescentou o Papa, explicando que “’coragem’ é uma palavra que, nos
Evangelhos, sai sempre da boca de Jesus”.
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