Colóquio Igreja em Diálogo em Valadares (Porto) Quem é Jesus Cristo? por ARMANDO SOARES

JESUS CRISTO está na base da maior religião mundial: mais de dois mil milhões de seres humanos reclamam-se hoje da fé nele e dizem-se cristãos. A sua figura foi de tal modo determinante que a História se divide em antes e depois de Cristo. Ninguém tem dúvidas de que sem ele a História seria diferente.No entanto, viveu num recanto do Império Romano, a sua intervenção pública pode não ter chegado aos dois anos, foi condenado à cruz - a execução própria dos escravos - como blasfemo religioso e subversivo social e político. Aparentemente, deveria ter sido o fim. O que se passou para que, precisamente após a sua morte, tivesse começado um movimento que transformou o mundo? O seu enigma para nós é o da passagem do Jesus da história ao Cristo da fé, de tal modo que o seu nome agora é Jesus Cristo, diz na apresentação do tema do Colóquio, o coordenador Anselmo Borges.
Nos dias 8 e 9 de Outubro 2011 reuniram no Seminário da Boa Nova, em Valadares (Porto), cerca de duzentos participantes, num colóquio ibérico sobre o tema aliciante de Jesus. No ano passado, nas Feiras do livro de Lisboa e Madrid, os livros mais procurados foram a Bíblia, os livros religiosos sobre Jesus Cristo e outros. O tema “Jesus” e “Jesus Cristo” é de interesse e de provocação numa dinâmica do Cristo da história e do Cristo da fé. Por isso a busca, o interesse e a crítica. Os Colóquios Igreja em Diálogo (ID) já criaram o seu espaço, e se não se realizam, já nos fazem falta. Louvamos e incentivamos a sua realização, e que não seja gorada a promessa de continuação feita pelo Superior Geral da SMBN, Padre Albino dos Anjos, nas palavras de Encerramento do Colóquio. Gostamos de o ver feliz por uma realização que dignifica a Sociedade num tempo em que em Portugal (desculpem-me os portugueses!) me parece que que se lê e se pensa pouco.

O Padre e Professor Anselmo Borges dá aos colóqios temas exemplares, de candente actualidade, trouxe para o deste ano conferencistas de nome significativo da Península para desenvolver um tema aliciante escolhido com um leque de subtemas esclarecedor, embora enfrentando o problemático, o discutível e o campo da investigação. Com temas de “charneira” como Uma biografia (impossível) de Jesus, por Xabier Pikasa, Prof da Universidade de Salamanca, Jesus e a Gnose por António Piñero,da Universidade Complutense de Madrid, Jesus e Deus por Juan António Estrada da Universidade de Granada, Jesus e o Dinheiro por José Ignazio González – Faus da Faculdade de Teologia da Catalunha, Jesus e a Política por Paulo Rangel da Universidade Católica Portuguesa e Deputado Europeu, Jesus e a Igreja por José Maria Castillo, da Universidade de Granada, Jesus e as Religiões por Juan José Tamayo, da Universidade Carlos III, Madrid, Jesus e as Mulheres por Isabel Allegro de Magalhães, Universidade Nova de Lisboa, Que quer dizer: “Ressuscitar dos mortos”? por Andrés Torres Queiruga, da Universidade de Santiago de Compostela.

Pela presença da maioria de conferencistas espanhóis bem podemos classificar este Encontro Teológico de “Colóquio Ibérico sobre Jesus, na cidade do Porto”, ou Encontros Teológicos de Outubro no Porto.O nível e debates sempre com tempo insuficiente, mostraram bem a qualidade dos oradores e o interesse dos ouvintes. Entre eles, muitos dos homens da ciência de Porto e Coimbra e da Espanha. Não faltando a presença simpática e do nosso amigo Padre Martins da Madeira, com sua problemática, que poderá será de muitos outros. Homens da ciência e jovens interessados pelos problemas que se nos põem com acuidade a nível religioso e científico. Num ambiente geográfico agradável, de convivência enriquecedora e de simpatia/empatia superior. A direcção e moderação do Professor Anselmo Borges foi impecável, pelo que merece muitos parabéns Foi um encontro entre teólogos, historiadores e pensadores cristãos da Península Ibérica, no momento actual. Todos eles acreditados pelo seu trabalho ao serviço da cultura e do cristianismo. Foi possível este encontro em Portugal porque seria discutível pensá-lo em Espanha, com estes pensadores. Mas em Portugal ficaram bem. Adorámos.               Que o poiso certo do Colóquio seja Valadares. Só que merecia mais a atenção da comunicação social (mas já nos habituámos ao seu silêncio sobre estas coisas). Anotamos as presenças da TSF (Vilas Boas), da ECCLESIA (uma nota semanal sobre o assunto) ...

Abriu o Colóquio o organizador Anselmo Borges com o tema “De Jesus a Jesus Cristo”, chamando a atenção para a importância, pois Jesus está na base da maior religião do mundo. O impacto da sua mensagem na vida dos discípulos foi de tal maneira importante e a experiência da ressurreição foi de tal maneira avassaladora que não hesitaram em dar a vida por Ele. E mais que profeta, é o Jesus Cristo, o filho de Deus. Importa, pois, como referiu, conhecer as várias facetas de Cristo, investigando o que se passou entre o nascimento e a morte, enquadrado no seu tempo e num povo com uma cultura própria, designadamente as suas relações com Deus, o poder, a religião, o dinheiro, as mulheres, política, as religiões,... a problemática do “Que quer dizer: Ressuscitar dos mortos?“ O seu enigma para nós é o da passagem do Jesus da história ao Cristo da fé.  Hoje é Aquele em quem acreditamos como o Salvador, referiu.

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