TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO A gênese da teologia da libertação, e as consequências dos TRÊS TIPOS de Jesus que cultuamos


TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO
sábado, 21 de julho de 2018
A teologia da libertação nasceu no Chile.  Na época de 1960 alguns economistas, e sociólogos cristãos refletiram  sobre o projeto de desenvolvimento no continente.

Eles perceberam que o desenvolvimento beneficiava poucas pessoas que mantinham as nações e as camadas populares na dependência do seu poder econômico e de suas ideias. E elaboraram planos para uma libertação em face dessa dependência. Tempos atrás tinha havido uma independência das colônias. Pois urgia agora outro tipo de independência em curso.

Os teólogos refletindo por sua vez debruçaram-se na história da salvação ocorrida na época do Êxodo, na Bíblia, e constataram que as épocas e os motivos eram paralelos.

Ao mesmo tempo que nos hebreus aconteceu uma independência política aconteceu também uma independência econômica porque eles eram escravizados no Egito por uma dependência tanto econômica como política. 

E aconteceu também uma independência religiosa, uma vez que eles não podiam nem rezar no Egito: “Deixa-nos ir pelo caminho de três dias de marcha no deserto para orar e sacrificar a Javé nosso Deus, pediu Moisés ao Faraó” (Ex. 3,18).

Depois veio Jesus que com a sua pessoa e práxis praticou a mesma perspectiva libertadora. Ele se fez pobre com os pobres para libertá-los da condição de marginalizados e oprimidos, devolvendo-lhes a dignidade de filhos de Deus.

Formou-se assim a linguagem da libertação no campo da teologia, lançada pelo teólogo Gustavo Gutierrez. Os teólogos enxergaram que a história da libertação tem uma chave de leitura que é a experiência de libertação que o povo hebreu fez da escravidão do Egito. 

E o ponto alto é a pessoa de Jesus que incidiu na libertação do rigorismo das leis, dos medos de Deus e das estruturas desumanas. Na verdade onde há leis que oprimem, aí está o poder tanto político como econômico e religioso. E o Salvador enfrentou com suas ações e suas palavras esses três poderes.

No Brasil, o primeiro a captar esta situação e esta socioteologia foi o sociólogo Paulo Freire, com os livros: “Educação como prática da liberdade”, e “Pedagogia do Oprimido”. E logo após foi Leonardo Boff com o livro “Teologia do Cativeiro de da libertação”.

Paulo Freire descobriu que de um lado está o horizonte de libertação, e de outro a opção primeira que Deus fez pelos pobres. Por seu lado, Jesus manifestou e viveu esta opção na sua vida.
Devemos ter em mente estes três tipos de Jesus que se tem vivido através da história. 

Em primeiro lugar, vinha sendo comum o tipo de um Jesus monarca, cosmocrator, ou ser celestial cujo acento cai quase exclusivamente na glória, o Jesus glorioso. Seu triunfo não tem mais nada a ver com o que acontece na Terra, minimizando e desconhecendo a totalidade da caminhada  histórica  dos oprimidos de sua época e de agora, como faziam os deuses do Olimpo.

Em segundo lugar, um tipo de Jesus dorido, sofrido que simplesmente merece compaixão mas que não provoca nenhuma reação de indignação dos que fazem a mesma coisa com os pobres, os queridos de Jesus. Detém-se no Jesus das dores, sem ter nada a ver com o que acontece na história. Era o tipo das antigas VIAS SACRAS, onde se lamentava só o “coitadinho de Jesus”. 

Felizmente, a CNBB tem querido mudar essa atitude nas Vias Sacras das Campanhas da Fraternidade: antes a Via Sacra detinha-se só em Jesus, e pronto. Hoje em dia na Via Sacra olhamos mais para os que sofrem, num panorama das situações erradas em que o Brasil está mergulhado.

E assim nasce um terceiro tipo de Jesus que está ao lado e na carne de todo injustiçado. O Jesus que quer que toquemos a “carne sofredora dos outros” (Evangelho da alegria, 270).

Este Jesus é o tipo do Jesus inquietador e nunca pacificador das consciências acomodadas na situação de benesses e privilégios, ao lado e à custa da pobreza de muitos.

Assim voltamos à afirmação: a gênese da teologia da libertação e as consequências dos três tipos do Jesus que cultuamos. Com qual tipo eu e você nos identificamos mais?  paroquiade chapadinha@chapadinha

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