AMBIENTE/ vulneráveis
AMBIENTE/ vulneráveis
Europa: Bispos católicos pedem
a Bruxelas maior aposta na proteção ambiental, com atenção aos «mais
vulneráve»
isOut 29, 2019 - 9:12
D.
Jorge Ortiga, delegado do episcopado português na COMECE, destaca importância
do «green deal» para o futuro da União Europeia
A Comissão dos Episcopados
Católicos da União Europeia (COMECE) pediu à nova liderança comunitária uma
transição “justa e inclusiva” para a ecologia “integral”, que proteja as
pessoas e o ambiente.
Os bispos sublinham a
necessidade dar “atenção especial aos mais vulneráveis, levando em consideração
os recursos limitados do planeta e a necessidade de um uso circular de materiais”.
O tema esteve no centro da
assembleia de outono do organismo católico, que decorreu em Bruxelas, com a
presença de D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga e delegado da Conferência
Episcopal Portuguesa na COMECE.
Os participantes debateram o
chamado ‘Green Deal’ que a nova comissária europeia, Ursula von der Leyen,
assumiu como prioridade, desejando que as propostas a apresentam visem
“políticas ecológicas que promovam o desenvolvimento humano integral”.
“Sob o impulso da Carta
Encíclica “Laudato Si”, do Papa Francisco, os bispos debateram como as
políticas ecológicas da UE se podem centrar nas pessoas, famílias e
comunidades, abordando os desafios mais cruciais em relação ao meio ambiente,
aos mais vulneráveis, à demografia e ao desenvolvimento”, refere o comunicado
final do encontro da COMECE, que decorreu entre 23 e 25 de outubro.
Em declarações à Agência
ECCLESIA, D. Jorge Ortiga destacou a necessidade de centrar atenções na
“emergência climática”, deixando votos de que todos os países da UE subscrevam
o “Acordo Verde”, para “proporcionar as condições necessárias” para a vida das
populações.
O debate contou com a
participação de quatro organizações católicas empenhadas neste campo: o
Movimento Católico Global pelo Clima, a Cáritas Europa, a Federação das
Famílias Católicas (FAFCE) e a CIDSE – Cooperação Internacional para o
Desenvolvimento e Solidariedade.
De acordo com os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável e à luz do Sínodo especial para a Amazónia, os
bispos do COMECE instaram a UE a “tomar medidas ambiciosas para garantir a
coerência nas suas políticas de comércio, desenvolvimento, clima e direitos
humanos”.
Os representantes dos
episcopados católicos da União Europeia destacaram a “importância de adotar
legislação vinculativa e eficaz em matéria de direitos humanos para empresas
transnacionais”, a fim de garantir o respeito pelas regras estabelecidas “em
toda a cadeia de fornecimento, com os padrões legais, sociais e ambientais”.
Durante a assembleia, foram
recordados os 39 imigrantes encontrados mortos num camião, nos
arredores de Londres.
Para D. Jorge Ortiga é necessário
“todo este grave problema”, ligado às migrações ilegais, considerando
“incompreensível” que existam situações como esta na Europa.
O arcebispo de Braga destacou
a “sintonia” da COMECE com o Papa Francisco na busca de “forma alternativas de
uma presença da Igreja” nos setores das migrações e da ecologia.
Os trabalhos em Bruxelas
abordaram ainda a elaboração de um documento sobre a queda do Muro do Berlim,
30 anos depois, como momento de “aproximação dos diversos países e de maior
liberdade”.
A COMECE saudou ainda os
sinais de aproximação as novas gerações e as instituições comunitárias,
desejando “respostas para os problemas da juventude”, indicou D. Jorge Ortiga.
Segundo o responsável português, o Brexit é visto como
“inevitável”, tendo a assembleia projetado a continuidade dos representantes
das Conferências Episcopais da Escócia, Inglaterra e Gales, com um novo
estatuto de observadores, na COMECE
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