Sínodo 2019: revitalizar a Igreja na Amazónia e no mundo inteiro por P. Armando Soares
Sínodo Amazónia
Sínodo 2019: revitalizar a Igreja na Amazónia e no mundo inteiro por
P. Armando Soares
24 Outubro 2019 JM-171
Missão da Igreja é anunciar Jesus Salvador
Cardeal
Jorge Urosa Savino, Arcebispo Emérito de Caracas enviou, a 21 de outubro, o
quarto artigo sobre o Sínodo da Amazónia intitulado “A missão fundamental
da Igreja:
anunciar com entusiasmo Jesus, Salvador”.
Já estamos perto do encerramento do Sínodo, e
as relações dos vários círculos menores foram divulgadas. Muito interessantes e
desafiadoras. Algumas inovadoras. Obviamente, essas propostas deverão ser
consideradas na votação final.
Para
a revitalização da Igreja na Amazónia: “O Sínodo deve proclamar abertamente que
a Missão fundamental da Igreja é o anúncio de Jesus Cristo”, sublinha.
E
isso, tanto para as comunidades indígenas dos Vicariatos missionários, quanto
para as Igrejas já estabelecidas, como Arquidioceses e Dioceses e a Igreja
Universal.
É
a necessidade de “fortalecer a evangelização, o anúncio claro, explícito e
aberto de Jesus como o Caminho, a Verdade e a Vida, aquele
no qual o mistério do ser humano é esclarecido e toda a sabedoria humana faz
sentido” ( Gaudium
et Spes, 10 e 22)
O
importante é que a “Igreja Católica na Amazónia, viva e anuncie com alegria o
Evangelho” como pede o Papa Francisco.
Inculturar o Evangelho
Evangelizar e inculturar o Evangelho de Jesus Cristo, não
se trata de levar a cultura europeia ou ocidental aos povos indígenas, acentua
o cardeal Jorge Uroza.
A
missão da Igreja é anunciar o Evangelho. E sabemos que Cristo “cria o
homem novo, a nova comunidade, a nova família, santificada pela
graça sacramental”. O Evangelho deve entrar nas culturas, sendo anunciado
aberta e explicitamente e não somente dialogar e acompanhar.
Com
os artigos publicados, quis contribuir para o sucesso do Sínodo da Amazónia,
disse.
Certamente,
não devemos desprezar as culturas indígenas! É necessário libertá-las da
escravidão da natureza, anunciando o Senhorio de Deus Pai e de Cristo, seu
Filho, rosto de sua misericórdia, sobre a criação e sobre cada um de nós.
É
necessário que, no documento final do Sínodo, se promova uma evangelização
aberta, na Amazónia e no mundo inteiro.
Quanto
ao rito amazónico deverá evitar qualquer tipo de estranho e indevido
sincretismo de conotações pagãs. A liturgia ou o rito latino romano é simples,
sóbria, austera, fácil de entender por aqueles que recebem a iniciação
adequada.
E
termina “agradecendo ao Senhor pelo trabalho abnegado e generoso realizado na
Amazónia, nas áreas urbanas e na selva, nas Arquidioceses, Dioceses, Vicariatos
e Prelazias, por bispos, missionários, sacerdotes e diáconos, consagrados e
consagradas, e leigos comprometidos em múltiplos trabalhos eclesiais”.
Amazónia e bacia
do Congo
O cardeal Fridolin Ambongo Besungu, arcebispo de Kinshasa
(Rep. Democrática do Congo), no Vaticano que a defesa do ambiente “não pode ser
apenas de uma parte do mundo”, face à “destruição irresponsável da floresta”.
O participante no Sínodo, por decisão do Papa Francisco,
destacou a proximidade entre a região sul-americana e a bacia fluvial do Congo,
que considerou “enormemente parecidas”.
Ambas, acrescentou, correm um “risco de desaparecimento”,
criticando, entre outros, os interesses das “grandes companhias mineiras”.
D. Karel Martinus Choennie, bispo de Paramaribo (Suriname),
alertou, por sua vez, para o “caminho de autodestruição” que a humanidade está
a seguir, sustentando que um Sínodo sobre a Amazónia tem “consequências
universais”.
E os povos indígenas pedem que a Igreja Católica seja “a sua
aliada”.
Um frade na Amazónia
O
frei Gino usa barba branca, tem uma voz suave e é muito conhecido. É padre, mas
ali, nas margens do rio Icá, na paróquia de Santo António de Lisboa, é mais do
que isso. É alguém que doou a sua vida por inteiro às terras da Amazónia.
Desde
os anos setenta do século passado dedica todo o seu tempo às pessoas da
Amazónia. É conselheiro, assistente social, professor, enfermeiro e médico.
Para
este frade capuchinho, de quase 80 anos, não há tempo nem distância quando se
trata de salvar a vida de alguém.
A
disponibilidade de servir a comunidade transformou o Frei Gino num exemplo. Ao
todo são três missionários capuchinhos a que se juntaram dois noviços. Têm
muitas pessoas para acudir. Mais de trinta comunidades ao longo dos rios. A
maior parte dos que vivem nessas aldeias são indígenas. Pertencem à tribo dos
Tikuna.
Para
o Frei Gino, todos são seus paroquianos. A distância dos povoados é um dos
problemas mais complicados. A jornada de ida e volta pelo rio Icá demora pelo
menos vinte dias. Duas vezes por ano, Frei Gino mete-se no barco e vai ao
encontro destas populações ribeirinhas. É sempre uma viagem emotiva, feita de
abraços e de lágrimas, de reencontros e despedidas.
Comentários
Enviar um comentário