MOÇAMBIQUE eleições gerais
MOÇAMBIQUE eleições gerais
Renamo recusa resultados e pede novo ato eleitoral
Por 19 Outubro, 2019 • 11:59
A Renamo entende que a Frelimo promoveu a violência e a fraude de tal
maneira que violou o recente acordo de cessação de hostilidades.
Eleições em Moçambique
© EPA/ANTONIO SILVA
|
A Resistência Nacional
Moçambicana (Renamo, principal partido da oposição) pediu este sábado a
repetição das eleições gerais em Moçambique, por não aceitar os resultados.
O pedido foi apresentado em
conferência de imprensa pelo secretário-geral do partido, André Magibire, na
sede nacional da Renamo, em Maputo, alegando fraude no ato eleitoral a favor do
partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
André Magibire remeteu
detalhes sobre a decisão da Renamo para depois da reunião da Comissão Política
Nacional agendada para segunda-feira, em Maputo.
O secretário-geral da Renamo
comparou as eleições a um exame escolar.
"Considerando que alguns
eleitores traziam consigo boletins de voto já assinalados a favor do partido
Frelimo e do seu candidato [Filipe Nyusi] antes de entrar na sala de votação, o
partido Renamo considera que houve fraude semelhante àquela em que estudantes
se apresentam na sala de exame com cópias de guias de correção".
Assim, "a norma pedagógica
recomenda que se anule este exame realizado a 15 de outubro em todo o
território nacional e que o país se prepare para novas eleições que devem ser
supervisionadas por entidades idóneas".
A Renamo entende que a Frelimo
promoveu a violência e a fraude de tal maneira que violou o recente acordo de
cessação de hostilidades, assinado a 01 de agosto, documento prévio ao acordo
de paz assinado cinco dias depois, entre Governo e oposição - representados
pelo Presidente da República, Filipe Nyusui, e pelo presidente da Renamo,
Ossufo Momade.
"O partido Frelimo, com
esta arrogância e prepotência, está claramente a demonstrar que não quer a
paz", referiu Magibire.
Em causa, está o ponto do
acordo de cessão de hostilidades onde se lê que ambas as partes não deverão
"praticar atos de violência e intimidação na prossecução de objetivos
políticos", apontou, durante a conferência de imprensa.
Questionado pela Lusa sobre se
pode haver novos conflitos armados, o secretário-geral respondeu com uma frase
curta: "nós assinámos o acordo de paz, porque a Renamo é pela paz".
A Renamo considera que "o
povo moçambicano está profundamente agastado pela forma brutal e bárbara como
decorreram as eleições gerais e provinciais".
"Assistiu-se a uma
violência total, caracterizada pelo impedimento [de participação] e expulsão
dos delegados de candidaturas e membros das mesas de voto dos partidos
políticos, [atos] protagonizados pelos presidentes das mesas com a ajuda de
agentes da polícia".
"Houve prisões
arbitrárias de delegados de candidatura e de eleitores que tentassem reclamar
do que quer que fosse" e houve "enchimento de urnas" com votos a
favor da Frelimo.
Neste cenário, "a polícia
agiu como se da polícia da Frelimo se tratasse", disse.
"Houve casos em que
delegados de candidatura da Renamo flagraram presidentes das mesas a entregar
quatro ou mais boletins de voto, mas ao invés de se prenderem os
prevaricadores, foram sendo presos os denunciantes", sublinhou Magibire,
questionando: "que tipo de democracia se pretende neste pais?".
"Face a isto, a Renamo
distancia-se dos resultados que estão sendo anunciados pelos órgãos de
comunicação social, por não corresponderem à vontade do eleitorado",
conclui.
Questionado sobre que provas
tem a Renamo reunidas para levar as queixas sobre ilícitos a tribunal, o
secretário-geral do partido realçou que quem podia apresentar queixa foi em
vários pontos alvo de violência e afastado dos locais próprios.
"Quem apresenta recurso
ou reclamação são os delegados de candidatura. Muitos, como os membros das
mesas, foram escorraçados, o que significa que em muitos sítios essa reclamação
pode não ter sido possível".
Na sexta-feira, o Movimento
Democrático de Moçambique (MDM), terceiro partido parlamentar, anunciou que
"não aceita os resultados" das eleições gerais de terça-feira,
considerando-as "fraudulentas" e as "mais violentas da história
do país".
Contagens paralelas de missões
de observação eleitoral da sociedade civil moçambicana dão uma larga vantagem
ao candidato e atual Presidente da República, Filipe Nyusi, e ao seu partido,
Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder, na contagem de votos
das sextas eleições gerais do país.
Para o terceiro maior partido
moçambicano, a votação foi caracterizada por enchimento de urnas a favor da
Frelimo, violência contra delegados de candidaturas da oposição, proliferação
de boletins pré-marcados, barramento de observadores eleitorais e aliciamento
de membros das mesas de voto.
A Resistência Nacional
Moçambicana (Renamo, principal partido da oposição) pediu este sábado a
repetição das eleições gerais em Moçambique, por não aceitar os resultados.
O pedido foi apresentado em conferência de
imprensa pelo secretário-geral do partido, André Magibire, na sede nacional da
Renamo, em Maputo, alegando fraude no ato eleitoral a favor do partido no
poder, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
O secretário-geral da Renamo comparou as
eleições a um exame escolar.
"Considerando que alguns eleitores traziam
consigo boletins de voto já assinalados a favor do partido Frelimo e do seu
candidato [Filipe Nyusi] antes de entrar na sala de votação, o partido Renamo
considera que houve fraude semelhante àquela em que estudantes se apresentam na
sala de exame com cópias de guias de correção".
Assim, "a norma pedagógica recomenda que se
anule este exame realizado a 15 de outubro em todo o território nacional e que
o país se prepare para novas eleições que devem ser supervisionadas por
entidades idóneas".
A Renamo entende que a Frelimo promoveu a
violência e a fraude de tal maneira que violou o recente acordo de cessação de
hostilidades, assinado a 01 de agosto, documento prévio ao acordo de paz
assinado cinco dias depois, entre Governo e oposição - representados pelo
Presidente da República, Filipe Nyusui, e pelo presidente da Renamo, Ossufo
Momade.
"O partido Frelimo, com esta arrogância e
prepotência, está claramente a demonstrar que não quer a paz", referiu
Magibire.
Em causa, está o ponto do acordo de cessão de
hostilidades onde se lê que ambas as partes não deverão "praticar atos de
violência e intimidação na prossecução de objetivos políticos", apontou,
durante a conferência de imprensa.
Questionado pela Lusa sobre se pode haver novos
conflitos armados, o secretário-geral respondeu com uma frase curta: "nós
assinámos o acordo de paz, porque a Renamo é pela paz".
A Renamo considera que "o povo moçambicano
está profundamente agastado pela forma brutal e bárbara como decorreram as
eleições gerais e provinciais".
"Assistiu-se a uma violência total,
caracterizada pelo impedimento [de participação] e expulsão dos delegados de
candidaturas e membros das mesas de voto dos partidos políticos, [atos]
protagonizados pelos presidentes das mesas com a ajuda de agentes da polícia".
"Houve prisões arbitrárias de delegados de
candidatura e de eleitores que tentassem reclamar do que quer que fosse" e
houve "enchimento de urnas" com votos a favor da Frelimo.
Neste cenário, "a polícia agiu como se da
polícia da Frelimo se tratasse", disse.
"Houve casos em que delegados de
candidatura da Renamo flagraram presidentes das mesas a entregar quatro ou mais
boletins de voto, mas ao invés de se prenderem os prevaricadores, foram sendo
presos os denunciantes", sublinhou Magibire, questionando: "que tipo
de democracia se pretende neste pais?".
"Face a isto, a Renamo distancia-se dos
resultados que estão sendo anunciados pelos órgãos de comunicação social, por
não corresponderem à vontade do eleitorado", conclui.
Questionado sobre que provas tem a Renamo
reunidas para levar as queixas sobre ilícitos a tribunal, o secretário-geral do
partido realçou que quem podia apresentar queixa foi em vários pontos alvo de
violência e afastado dos locais próprios.
"Quem apresenta recurso ou reclamação são
os delegados de candidatura. Muitos, como os membros das mesas, foram
escorraçados, o que significa que em muitos sítios essa reclamação pode não ter
sido possível".
Na sexta-feira, o Movimento Democrático de
Moçambique (MDM), terceiro partido parlamentar, anunciou que "não aceita
os resultados" das eleições gerais de terça-feira, considerando-as
"fraudulentas" e as "mais violentas da história do país".
Contagens paralelas de missões de observação
eleitoral da sociedade civil moçambicana dão uma larga vantagem ao candidato e
atual Presidente da República, Filipe Nyusi, e ao seu partido, Frente de
Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder, na contagem de votos das sextas
eleições gerais do país.
Para o terceiro maior partido moçambicano, a votação
foi caracterizada por enchimento de urnas a favor da Frelimo, violência contra
delegados de candidaturas da oposição, proliferação de boletins pré-marcados,
barramento de observadores eleitorais e aliciamento de membros das mesas de
voto
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