CARIDADE/aos bispos europeus (CCEE) Papa: a caridade, maior antídoto contra as tendências de nosso tempo, diz Papa ao CCEE
CARIDADE/aos bispos europeus (CCEE)
Papa: a caridade, maior antídoto contra as tendências de nosso tempo,
diz Papa ao CCEE
Compostela 3 out 2019
Na
mensagem enviada à Assembleia Plenária do Conselho das Conferências Episcopais
da Europa (CCEE), o Papa Francisco destaca que com a proximidade aos outros,
"a Igreja renovará seu compromisso na construção da Europa". O
compromisso de caridade, é o caminho principal da vida do cristão.
Cidade do Vaticano
Teve início às 17 horas desta
quinta-feira, 3, em Santiago de Compostela, Espanha, a anual Assembleia
Plenária do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, com o título:
"Europa, hora de despertar? Os sinais da esperança".
Destino de muitos peregrinos de
toda a europa, Santiago “é um lugar altamente simbólico para redescobrir a
grande riqueza da Europa unida em sua tradição religiosa e cultural, porém tão
marcada por múltiplas peculiaridades que compõem sua riqueza”, escreveu o Papa
em uma mensagem enviada ao cardeal Angelo Bagnasco.
Perceber os sinais de esperança
Francisco pede aos irmãos no
episcopado para que “vivam estes dias como um caminho que perceba os sinais de
esperança que constelam a Europa em nossos dias”. Existem muitos deles,
observou ele, muitas vezes escondidos que quase nem os percebemos.
Eles são percebidos, por
exemplo, a partir da preocupação de muitos de nossos irmãos pelos que sofrem e
passam por necessidades, “especialmente os doentes, os presos, os pobres, os
migrantes e os refugiados; como também no compromisso no campo cultural, especialmente
na educação dos mais jovens. Eles são o futuro da Europa”.
“ A fé no Senhor ressuscitado
faz com que os cristãos sejam destemidos na caridade e este é o maior antídoto
contra as tendências do nosso tempo, pleno de lacerações e oposições. ”
Caridade, principal caminho
da vida do cristão
Neste sentido – pede o Santo
Padre – que o vosso seja um compromisso de caridade. “Este é o caminho
principal da vida do cristão, como nos ensina Jesus” em Mateus 25, 35-36. “Cada
vez que fazemos uma destas coisas a um de nossos irmãos, é ao Senhor Jesus que
o fazemos! Esta gratuidade constitui um sinal tangível de esperança, já que nos
leva a olhar para o outro como pessoa”.
Os populismos que crescem em
nossos dias – observou o Pontífice – “alimentam-se da busca constante de
contrastes, que não abrem o coração, mas o aprisionam entre paredes de
ressentimento sufocantes. A caridade, ao contrário, abre e faz respirar. Ela
não opõe as pessoas entre si, mas vê as necessidades de cada um de nós
refletidas na "necessidade dos últimos", porque somos todos um pouco
indigentes, todos um pouco frágeis, todos necessitados de cuidados”:
“ A caridade para com o
próximo nos estimula a nos reconhecermos como filhos de um único Pai, que nos
criou e nos ama. Portanto, que não diminua nosso compromisso de testemunhar a
fé em nosso tempo muitas vezes perdido, sabendo que a fé não é transmitida por
meio do proselitismo, mas sim pela atração, isto é, através do testemunho. Não
se trata de representar esquemas do passado, mas de nos deixarmos guiar pelo
Espírito do Senhor para propor o alegria que emana do Evangelho aos homens e
mulheres que encontramos em nosso ministério diário. ”
Responsabilidade da Igreja
na construção da Europa não cessou
Para ajudar a descobrir isto, o
Papa Francisco propõe a figura de três grandes Santas, proclamadas por São João
Paulo II co-Padroeiras da Europa em 1º de outubro de 1999: Santa Brígida da
Suécia, Santa Catarina de Sena e Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein).
“Juntas, elas nos mostram a
caridade vivida na família, fundamento de toda sociedade humana e como serviço
ao próximo na verdade e no sacrifício. Seus gestos simples são cheios de
esperança, porque estão repletos do amor que “move o sol e outras estrelas” e
que nos torna plenamente humanos”.
“ Ao empreender esse caminho
de proximidade aos outros, ao inclinar-se sobre as feridas dos perdidos,
indefesos e marginalizados, a Igreja renovará seu compromisso na construção da
Europa, uma responsabilidade que não cessou, nem mesmo entre muitas
dificuldades, desde que Paulo, Silas e Timóteo desembarcaram nas costas da
Europa. ”
Através do compromisso com o que
é mais valioso para a tradição do continente, isto é, “a defesa da vida e da
dignidade humana, a promoção da família e o respeito pelos direitos
fundamentais da pessoa”, a Europa poderá “crescer como uma família de povos,
terra de paz e de esperança.” E que na fidelidade ao seu Senhor e às
próprias raízes, “não falte o povo de Deus que trabalha por um novo
humanismo europeu.”
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