ANO MISIONÁRIO/ António Barroso Estátua C.B.
ANO MISIONÁRIO/ António
Barroso
Estátua
de D. António Barroso é uma homenagem à missionação portuguesa
Out 20, 2019 - 17:58
D. Manuel Linda presidiu à inauguração do
monumento, em Cernache do Bonjardim, e pediu aos legisladores em Portugal que
seja criada uma «verdadeira lei que valorize o voluntariado»
Foto Agência ECCLESIA/PR, Estátua de D. António Barroso em Cernache do Bonjardim |
O presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios afirmou hoje na inauguração da estátua de D. António Barroso que o monumento à missionarão portuguesa é um “dever de justiça”.
“Este monumento traz-nos à memória a história
tensa entre libertação, salvação e inculturação”, disse D. Manuel Linda.
O também bispo do Porto referiu que os
missionários são os “maiores fomentadores da verdadeira cultura da
globalização”, “expressões sublimes do género humano” e os construtores do
“homem novo”, a “exemplo de Jesus Cristo”.
“É preciso resgatar do esquecimento todas esta
dimensões, trazer a lume todas estas realizações, dar voz a quantos, por esta
razões, sofreram a solidão, a doença, o martírio e a própria morte”, afirmou.
Para D. Manuel Linda, o monumento a D. António
Barroso deve constituir um desafio á Igreja na “oportunidade do reforço de um
anúncio de esperança” e à sociedade civil e política, resgatando a “amnésia” em
relação ao trabalho missionário, nomeadamente do voluntariado.
“Faça-se justiça criando uma verdadeira lei que
valorize o voluntariado, mormente o missionário, a exemplo do que acontece em
muitos países civilizados do mundo, com a qual as centenas de leigos e
religiosos que todos os anos partem para a missão não sejam prejudicados nos
seus direitos sociais, mas obtenham o justo reconhecimento”, afirmou D. Manuel
Linda
Natural de Remelhe, em Barcelos, D. António
Barroso nasceu no dia 5 de novembro de 1854 e morreu no dia 31 de agosto de
1918, no Porto, com 63 anos
Considerado como o “Bispo dos Pobres”, foi um
dos frequentadores do Colégio das Missões Ultramarinas, em Cernache, criado em
1856 por Sá da Bandeira e encerrado em 1912 por Afonso Costa.
O Colégio das Missões foi frequentado por cinco
mil homens e desses foram ordenados 320 padres, cujos nomes ficam inscritos na
estátua de homenagem a D. António Barroso, um dos frequentadores deste colégio.
Considerado um dos maiores pensadores da missão
do século XIX, D. António Barroso promoveu a renovação do Colégio das Missões
Ultramarinas e foi precursor da Sociedade Portuguesa das Missões Católicas
Ultramarinas, atualmente designada por Sociedade Missionária da Boa Nova,
fundada por Pio XI em 1930.
Na estátua de homenagem, em bronze, D. António
Barroso aparece com uma enxada na mão e uma cruz na outra, símbolo anúncio do
Evangelho e do trabalho pela promoção e desenvolvimento dos povos.
D. António Barroso foi missionário no Congo,
bispo em Moçambique, entre 1891 e 1997, depois bispo de São Tomé de Meliapor,
na Índia, entre 1887 e 1889, e bispo do Porto desde 1889 e até 1918.
Como bispo do Porto na transição para o século
XX e na emergência da República, D. António Barroso afirmou a autonomia da
esfera religiosa diante da política, expressa na “Pastoral do Episcopado
Português” de 1911, que motivou a sua prisão, em 1914 e em 1917.
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