SOZINHO por Ângelo de Lima


Ângelo de Lima

Portugal
30 Jul 1872 // 14 Ago 1921
Pintor/Poeta
 

Sozinho

Quando eu morrer m'envolva a Singeleza,
Vá sem Pompa a caminho do coval,
Acompanhe-me apenas a tristeza
Não vá do bronze o som de val' em val!

Chore o céu sobre mim de orvalho as bagas
Luz do sol-posto fulja em seu cristal,
Cantem-me o «dorme em paz» ao longe as vagas.

Gemente a viração entoe o «Amém»
Vá assim té ermas, afastadas plagas...
Lá... fique eu só!
                   Não volte lá ninguém!

Ângelo de Lima, in 'Antologia Poética' 

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