DOENTES/diadodoentes Dom, gratuidade e solidariedade
DOENTES/diadodoente
Doentes: dom, gratuidade e solidariedade
11 Fevereiro, 2019
O 27º
Dia Mundial do Doente é celebrado hoje, dia 11 de fevereiro 2019, de modo
solene em Calcutá, na Índia. O Papa ensina que o caminho de evangelização mais
credível são gestos como os do Bom Samaritano: «o cuidado dos doentes precisa
de profissionalismo e de ternura, de gestos gratuitos, imediatos e simples,
como uma carícia, pelos quais fazemos sentir ao outro que nos é “querido”.
Para
Francisco, as “estruturas católicas são chamadas a expressar o sentido do dom,
da gratuidade e da solidariedade, como resposta à lógica do lucro a todo o
custo, do dar para receber, da exploração que não respeita as pessoas”. “As
instituições católicas de saúde devem salvaguardar mais o cuidado da pessoa que
o lucro”, sublinha.
A
condição “sermos criaturas”, leva-nos a precisar do outro, convida-nos a
permanecer humildes e a praticar com coragem a solidariedade, como virtude
indispensável à existência.
Têm
importância fundamental os serviços de voluntariado nas estruturas de saúde e
no domicílio, que vão da assistência ao apoio espiritual. Deles beneficiam
tantas pessoas doentes, sós, idosas, com fragilidades psíquicas e motoras, de
qualquer raça ou religião.
E
Francisco recorda, com alegria e admiração, a figura de Santa Teresa de
Calcutá, um modelo de caridade que tornou visível o amor de Deus pelos pobres e
pelos doentes. «Madre Teresa, ao longo de toda a sua existência, foi uma
dispensadora generosa da misericórdia divina, fazendo-se disponível a todos,
através do acolhimento e da defesa da vida humana, dos nascituros e dos
abandonados e descartados. […] Desceu até às pessoas indefesas, deixadas
moribundas à beira da estrada; fez ouvir a sua voz aos poderosos da terra, para
que reconhecessem a sua culpa diante dos crimes […] da pobreza que eles mesmos
tinham criado. (…) Sua missão nas periferias das cidades e nas periferias
existenciais permanece nos nossos dias como um testemunho eloquente da
proximidade de Deus junto dos mais pobres entre os pobres» (Homilia, na sua
canonização, 4.9.2016).
Sofrimento da humanidade exige profetas
O Papa
Francisco enviou uma mensagem aos membros dos Institutos Religiosos da Espanha,
na qual pede atenção particular às situações de “sofrimento” e “desesperança”.
(Mensagem dirigida à XVI Assembleia Geral da Conferência Espanhola de
Religiosos (CONFER), que se realizou em Madrid de 13 a 15 de novembro 2018, sob
o lema ‘Dar-vos-ei um futuro repleto de esperança’).
É
preciso estar com aqueles que sofrem, acompanhar, procurar outros caminhos
alternativos, conscientes da nossa pobreza, mas com a confiança depositada no
Senhor e no seu amor sem limites”, refere. E enfatiza que a Igreja precisa de
“profetas”, ou seja, “homens e mulheres de esperança”.
Apesar
das dificuldades que a vida religiosa enfrenta hoje como “a diminuição das
vocações e o envelhecimento” dos membros das comunidades, os problemas
económicos e os desafios da internacionalidade e da globalização, “a
marginalização e a irrelevância social”, é inegável que está cheia de
oportunidades para o serviço da humanidade, na vida de doação e de amor, em
especial pelos mais pobres. São necessários religiosos audazes que abram
caminhos novos, numa opção total pela vida cristã e com muita esperança na
bagagem. Uns verdadeiros profetas.
Custos com saúde – 100 milhões de pobres por ano
António
Guterres afirmou que “serviços de saúde física e mental de qualidade devem ser
acessíveis a todos, em todos os lugares”, mas que “tragicamente, esse não é o
caso de metade da população mundial, perante um direito fundamental a boa
saúde’. Falava no Dia Internacional da Saúde.
Em cada
ano, 100 milhões de pessoas são levadas à pobreza porque os cuidados com a
saúde custam muito mais do que poderiam pagar.
Guterres
explica que muitos países em todo o mundo mostraram que é possível fornecer
assistência médica universal, e que “melhorar a saúde é um investimento
inteligente que ajuda a promover o crescimento económico e reduzir a pobreza.”
Termina
sua mensagem pedindo que todos reafirmem seu “compromisso com um mundo com
saúde para todos.”
Não tenham “receio de ‘perder tempo’ com aqueles que
sofrem”
O bispo
do Funchal apelou aos fiéis, para que não tenham “receio de ‘perder tempo’ com
aqueles que sofrem e precisam de uma palavra de amor, de carinho, de
compreensão, de partilha e ajuda fraterna”.
D.
António Carrilho falava na homilia da Eucaristia que assinalou a Solenidade da
Imaculada Conceição, em 2018, na Sé do Funchal, tendo desejado também que “a
nossa oração se abra ao amor fraterno e abrace, muito particularmente os
pobres, as crianças, os idosos e todos aqueles que, nesta data, sentem mais
profundamente a solidão”.
O
prelado apelou ainda para que se olhe para Maria-Mãe, deixando que ela “entre
nas vossas vidas, nas escolas, trabalhos, hospitais, lares de idosos” e que “a
sua presença materna” se torne para todos “fonte de paz, de suavidade, calor e
amor maternal.”
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