CEP/AbusosSexuais Conferência reafirma empenho em política de «tolerância zero»
CEP/AbusosSexuais
Conferência reafirma empenho
em política de «tolerância zero»
Fev 12, 2019 - 16:26
Bispos esperam indicações da cimeira que o Papa promove no
Vaticano, de 21 a 24 de fevereiro
O porta-voz da Conferência
Episcopal Portuguesa (CEP) disse hoje – dia 12 fev - em Fátima que os bispos católicos estão
empenhados numa política de “tolerância zero” para situações de abuso sexuais,
falando em cerca de uma dezena de casos analisados desde 2001.
“… todo o processo que se deve
ter em consideração, passa sobretudo pelas dioceses, porque é aí que as pessoas
vivem. Se houver denúncias, têm de ser encaminhadas para quem de direito, nas
próprias dioceses”, referiu o padre Manuel Barbosa, no final do encontro do
Conselho Permanente da CEP, em conferência de imprensa.
O Papa Francisco convocou os
presidentes das conferências episcopais para um encontro no Vaticano, de 21 a
24 de fevereiro de 2019, dedicado ao tema da proteção dos menores.
“Os bispos, incluindo D.
Manuel Clemente, como presidente da Conferência Episcopal, continuam sempre com
disponibilidade ativa, repito – queria que fosse bem interpretado nessa
expressão -, para escutar as presumíveis vítimas de abusos sexuais por parte
dos clérigos, segundo as diretrizes de 2012”, assinalou o secretário da CEP.
Segundo este responsável, “os
casos que são tratados no âmbito das dioceses, nos tribunais eclesiásticos, são
pouquíssimos”, cerca de uma dezena, desde 2001.
O porta-voz da CEP, considera
que “se há mais casos, se há denúncias, é preciso apresentá-las a quem de
direito”, realçando que “quem quiser ser escutado, pode ser escutado”, pelos
seus bispos.
“Nem que seja um caso só já é
grave, é gravíssimo”, observou.
A CEP, acrescentou, tem feito
um trabalho de “coordenação” e de “orientações comuns, esperando indicações da
Santa Sé para a ação futura.
“Os casos têm de ser levados
até ao fim e tem de ser condenado qualquer caso de abuso que seja provado”,
concluiu.
No último dia 28 de janeiro, o
Papa disse que há expectativas “exageradas” em relação à cimeira de presidentes
de conferências episcopais, sobre a questão dos abusos sexuais, considerando
que a prioridade é uma tomada de consciência sobre este “sofrimento terrível”.
“Percebemos que alguns bispos não percebiam
bem, não sabiam o que fazer”, observou o Papa, recordando um encontro com o seu
conselho consultivo de cardeais, o chamado ‘C9’.
A Santa Sé está a trabalhar na
elaboração de “programas gerais”, com “protocolos claros”, para que cheguem a
todas as conferencias episcopais, precisando “o que deve fazer o bispo, o
arcebispo metropolita, o presidente da conferência episcopal”.
O programa da cimeira,
adiantou o Papa, inclui momentos de oração, testemunhos de vítimas e liturgias
penitenciais para “pedir perdão”.
O padre Padre Hans Zollner,
presidente do Centro para a Proteção de Menores da Universidade Pontifícia
Gregoriana e membro da comissão organizadora do evento, disse hoje aos
jornalistas que durante o encontro “serão discutidas as responsabilidades
pastorais e jurídicas do bispo” e o “tema da transparência”.
“Transparência interna,
naturalmente, mas também para com as autoridades estatais e com todo o povo de
Deus”, acrescentou. CB/OC|Ecclesia
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