VENEZUELA/onu Venezuela pede à ONU que aprove resolução contra ação militar no país 27 DE FEVEREIRO DE 2019 - 08:27 A Venezuela pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que aprove uma resolução condenando o eventual "uso da força" da parte dos Estados Unidos da América e de outros países contra Caracas. Foto: REUTERS Lusa "Pedimos que se aprove e se assine uma resolução a condenar a ameaça e o uso da força contra a Venezuela", disse o ministro venezuelano das Relações Exteriores. Durante uma intervenção no Conselho de Segurança da ONU, Jorge Arreaza denunciou que os EUA estão a preparar uma intervenção militar na Venezuela, insistindo que seria importante "descartar essa opção por completo". "Denunciamos o Governo dos Estados Unidos, por organizar, financiar e liderar a agressão contra a Venezuela", disse. O chefe da diplomacia venezuelana criticou, também, a alegada "mobilização de tropas militares nas Caraíbas e a compra de armas na Europa de leste, destinadas à oposição venezuelana e (para) gerar uma intervenção" no país. "É pelo diálogo que se deve conseguir uma solução para as conjunturas políticas do país", declarou. O México, Uruguai e os países da Caricom (Comunidade das Caraíbas) propuseram o Mecanismo de Montevideu, ativado a 6 de fevereiro último, para propiciar o diálogo entre os setores políticos venezuelanos, numa reunião convocada pelos governos mexicano e uruguaio). Jorge Arreaza referiu-se ainda aos acontecimentos ocorridos na fronteira com a Colômbia e o Brasil, no fim de semana, quando a oposição tentou fazer entrar no país ajuda humanitária internacional e em que, segundo a imprensa venezuelana, cinco pessoas morreram e pelo menos 265 ficaram feridas. Segundo Caracas, esta foi uma "grosseira operação" impulsionada pelos EUA, e apoiada pela Colômbia e a oposição venezuelana, que as Forças Armadas da Venezuela e a Polícia Nacional Bolivariana "puderam conter, sem o uso de nenhum tipo de força letal". O ministro mostrou várias fotografias de confrontos na fronteira entre a Colômbia e a Venezuelana, insistindo que demonstravam que os ataques sugiram de manifestantes que chegavam às pontes fronteiriças, junto com os camiões de ajuda humanitária, desde aquele país vizinho. Jorge Arreaza adiantou que as autoridades investigam as quatro mortes que ocorreram na fronteira com o Brasil. Os Estados Unidos da América anunciaram na terça-feira que pretendem avançar esta semana com uma votação no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre os últimos acontecimentos na Venezuela. "Penso que vamos ter uma resolução esta semana que, sem qualquer dúvida, vai pedir a admissão de ajuda humanitária na Venezuela e que analisará os acontecimentos dos últimos dias", disse Elliott Abrams, enviado especial norte-americano para a Venezuela. Elliott Abrams acrescentou que Washington gostava que o texto pedisse "eleições livres" na Venezuela. A crise política na Venezuela agravou-se a 23 de janeiro, quando o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro. Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres. Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos. A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.
VENEZUELA/onu
Venezuela pede à ONU que
aprove resolução contra ação militar no país
27 DE FEVEREIRO DE
2019 - 08:27.
Foto: REUTERS|Lusa |
Durante uma intervenção no Conselho
de Segurança da ONU, Jorge Arreaza denunciou que os EUA estão a preparar uma
intervenção militar na Venezuela, insistindo que seria importante
"descartar essa opção por completo".
"Denunciamos
o Governo dos Estados Unidos, por organizar, financiar e liderar a agressão
contra a Venezuela", disse.
O chefe
da diplomacia venezuelana criticou, também, a alegada "mobilização de
tropas militares nas Caraíbas e a compra de armas na Europa de leste,
destinadas à oposição venezuelana e (para) gerar uma intervenção" no país.
"É
pelo diálogo que se deve conseguir uma solução para as conjunturas políticas do
país", declarou.
O
México, Uruguai e os países da Caricom (Comunidade das Caraíbas) propuseram o
Mecanismo de Montevideu, ativado a 6 de fevereiro último, para propiciar o
diálogo entre os setores políticos venezuelanos, numa reunião convocada pelos
governos mexicano e uruguaio).
Jorge
Arreaza referiu-se ainda aos acontecimentos ocorridos na fronteira com a
Colômbia e o Brasil, no fim de semana, quando a oposição tentou fazer entrar no
país ajuda humanitária internacional e em que, segundo a imprensa venezuelana,
cinco pessoas morreram e pelo menos 265 ficaram feridas.
Segundo
Caracas, esta foi uma "grosseira operação" impulsionada pelos EUA, e
apoiada pela Colômbia e a oposição venezuelana, que as Forças Armadas da
Venezuela e a Polícia Nacional Bolivariana "puderam conter, sem o uso de
nenhum tipo de força letal".
O
ministro mostrou várias fotografias de confrontos na fronteira entre a Colômbia
e a Venezuelana, insistindo que demonstravam que os ataques sugiram de
manifestantes que chegavam às pontes fronteiriças, junto com os camiões de
ajuda humanitária, desde aquele país vizinho.
Jorge
Arreaza adiantou que as autoridades investigam as quatro mortes que ocorreram
na fronteira com o Brasil.
Os
Estados Unidos da América anunciaram na terça-feira que pretendem avançar esta
semana com uma votação no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre os
últimos acontecimentos na Venezuela.
"Penso
que vamos ter uma resolução esta semana que, sem qualquer dúvida, vai pedir a
admissão de ajuda humanitária na Venezuela e que analisará os acontecimentos
dos últimos dias", disse Elliott Abrams, enviado especial norte-americano
para a Venezuela.
Elliott
Abrams acrescentou que Washington gostava que o texto pedisse "eleições
livres" na Venezuela.
A crise
política na Venezuela agravou-se a 23 de janeiro, quando o presidente da
Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino
e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó,
35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um
governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás
Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do
parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
A
maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram
Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e
transparentes.
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