SUDÃO DO SUL/criançasvítimas Meninas de oito anos estão entre vítimas de estupros no Sudão do Sul
SUDÃO
DO SUL/criançasvítimas
Meninas de oito anos estão entre vítimas de
estupros no Sudão do Sul
15 fevereiro 2019
15 fevereiro 2019
Foto Unicef/ Hakim George
Chubat, de 12 anos, à direita, com uma amiga nas ruínas
da sua escola, em Malakai, no Sudão do Sul.
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Novos
dados da ONU indicam que pelo menos 175 mulheres
foram vítimas de abusos no último trimestre de 2018; chefe de Direitos Humanos
disse que continuam chegando denúncias de estupro coletivo desde o começo deste
ano.
Direitos humanos
Direitos humanos
Um novo
relatório das Nações Unidas destaca a persistência de violência
sexual brutal cometida com “impunidade generalizada” e um nível de
“premeditação” no estado de Unidade, no norte do Sudão do Sul.
O documento, publicado esta
sexta-feira, em Juba, revela que pelo menos 134 mulheres e meninas foram
estupradas nessa área entre setembro e dezembro do ano passado. Entre as
vítimas estão meninas de oito anos.
Novos dados da ONU indicam que mais de 130 mulheres foram vítimas de abusos no último trimestre de 2018. Foto: Unmiss/Isaac Billy |
Violência
A pesquisa realizada
pelo Escritório de Direitos
Humanos e a Missão da ONU no Sudão do Sul, Unmiss, indica que
outras 41 mulheres sofreram diferentes formas de violência sexual e física.
De acordo com as Nações
Unidas, cerca de 90% das mulheres e meninas que fizeram parte do
estudo foram estupradas por mais de uma pessoa e, muitas vezes, durante
várias horas. Entre elas estavam gestantes, lactantes e uma mulher grávida de
nove meses.
Em nota, a alta comissária dos
Direitos Humanos apontou a fragilidade da situação no país. Para Michelle
Bachelet, a falta de responsabilidade pelas violações e abusos provavelmente
leva os grupos armados “a acreditar que podem ficar impunes dos estupros e de
outras formas horríveis de violência sexual”.
A publicação atribui a maioria
dos ataques a membros de milícias jovens leais ao primeiro vice-presidente,
Taban Deng Gai, bem como ao exército do governo do Sudão do Sul. Em alguns
casos, estariam envolvidos membros do Exército Popular de Libertação do Povo do
Sudão pró-Riek Machar, na oposição.
Denúncias
A chefe de direitos Humanos
destacou que “infelizmente, continuam a ser recebidas denúncias de estupro
coletivo no norte de Unidade desde o começo deste ano”.
O apelo ao Governo do Sudão do
Sul é que “tome medidas adequadas, incluindo as que foram estabelecidas no
acordo de paz, visando proteger mulheres e meninas, investigar prontamente e
minuciosamente todas as alegações de violência sexual e responsabilizar os
responsáveis através de julgamentos justos.”
Outro pedido de Bachelet é que
as autoridades sul-sudanesas garantam “que as organizações humanitárias possam
realizar seu trabalho sem medo de represálias e com acesso desimpedido às
vítimas.”
A Unmiss informa que, após os
primeiros relatos de aumento de casos de violência sexual, iniciou contatos com
líderes políticos e serviços de segurança.
Impunidade
A missão também aumentou as
patrulhas de manutenção da paz e retirou a folhagem das estradas para tornar
mais difícil que os criminosos se escondam nelas.
A operação de paz apoia um
tribunal móvel que atua em áreas como Bentiu e Malakal, para ajudar a lidar com
a questão da impunidade. O plano é atuar com autoridades judiciais locais para
que prestem auxílio a esse mecanismo no processamento mais amplo de crimes em
todo o país.
De acordo com o relatório, o
aumento da violência sexual é parcialmente atribuído ao “grande número de
combatentes que aguardam pela implementação de medidas de segurança sob o novo
acordo de paz”.
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