VOCAÇÕES SACERDOTAIS/Portugal Estatística das vocações ao sacerdócio contraria «visão fatalista» que vinha a ganhar forma
VOCAÇÕES SACERDOTAIS/Portugal
Estatística das
vocações ao sacerdócio contraria «visão fatalista» que vinha a ganhar forma
Fev 25, 2019 - 12:21
Padre José Alfredo da Costa,
secretário da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, da Conferência
Episcopal Portuguesa, apresenta números relativos a janeiro de 2019
Seminarista em Portugal em fevereiro 2019 |
A Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios (CEVM), da Igreja Católica em Portugal, publicou os dados mais recentes do número de alunos nos Seminários, que indicam um crescimento significativo relativamente aos últimos anos.
Em entrevista à
Agência ECCLESIA, o secretário da CEVM destaca uma estatística que representa
para a Igreja Católica “uma esperança”, no meio de uma certa “visão fatalista”
diante dos casos mediáticos em que tem estado envolvida, mas significa também
“um desafio para que a formação seja cada vez mais eficaz”.
“Se há jovens que
continuam a confiar na Igreja, nós temos que merecer esta confiança e naturalmente
tem que aprimorar a sua formação sobretudo em duas dimensões: a humana e
afetiva e depois na formação permanente, contínua, que no passado por vezes
ficou um pouco esquecida”, realça o padre José Alfredo da Costa.
A Estatística
Nacional dos Seminários, atualizada até janeiro de 2019, compreende um arco que
vai desde o Pré-Seminário aos Seminários Menores, aos alunos do chamado Ano
Propedêutico, aos Seminários Maiores e aos Seminários Redentoris Mater, do
Movimento Neocatecumenl.
A análise, que se
estendeu às 20 dioceses do país, permitiu verificar que existem atualmente 580
adolescentes, jovens e adultos a frequentarem as diversas instituições
formativas e vocacionais da Igreja Católica no país.
O número é mais
elevado quando são tidos em conta os alunos provenientes de dioceses
estrangeiras, passando para 595.
Em 2012, a
estatística nos Seminários era de 474 alunos, o mínimo do século XXI, mas desde
então o número de candidatos voltou a crescer e a aproximar-se de dados de
outras épocas, como em 2000, quando o total era de 547.
“Os frutos veremos
depois mais dentro de alguns anos, é preciso confirmar com o número das
ordenações e outros aspetos, que é um trabalho que também estamos a fazer mais
ainda não está em altura de ser publicado”, ressalva o secretário da CEVM, que,
no entanto, considera estes indicadores já “um ganho” para a Igreja Católica em
relação ao “investimento das dioceses”.
Aquele responsável
cita de modo especial os 258 elementos que estão em caminhada no Pré-Seminário,
a primeira fase da formação vocacional.
“O trabalho desta
realidade, do Seminário em Família, implica equipas de pessoas, atividades,
logística, e nesse sentido é um dado importante, porque significa que as
dioceses estão a investir neste trabalho da pastoral vocacional, o que é muito
bom”.
No que toca à
realidade de cada diocese, Lisboa (109), Porto (89) e Braga (62) permanecem
como os territórios com mais prevalência de vocações, seguidas de perto por
congéneres como Angra (47), Aveiro (46), Setúbal (40) e Viana do Castelo (40).
Um dos desafios da
CEVM é trabalhar no sentido de favorecer a dinamização de mais vocações em
regiões mais desertificadas ou do interior, como a Guarda e Portalegre-Castelo
Branco (2), o Algarve e Viseu (5).
O padre José Alfredo
recorda que estas dioceses eram historicamente “dioceses com muitas vocações”.
“Como não seria
necessário um trabalho vocacional, estas dioceses foram estagnando nessa
dimensão e agora é preciso fazer um trabalho de atualização da promoção
vocacional, reconstruir esse trabalho”, considera o sacerdote.
O papel dos
Seminários Redemptoris Mater, de instituição diocesana mas que segue a linha do
Caminho Neocatecumenal e conta com candidatos vindos da Índia, por exemplo; ou
a vinda de alunos de dioceses estrangeiras – neste caso 15 provenientes da
Ucrânia, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Moçambique – também surge em
destaque na Estatística Nacional dos Seminários.
“Acreditamos que é um
ganho para a Igreja em Portugal, até porque resulta na vinda de pessoas de
diversas proveniências, de diversas geografias missionárias, que certamente
trarão para a Igreja em Portugal desafios de integração dessas pessoas, na
nossa pastoral, e elas próprias trarão outras dinâmicas, conhecimentos,
experiências”, completa o padre José Alfredo da Costa. JCP|Ecclesia
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