VENEZUELA/«abraosolhos» Bispos católicos pedem a Maduro que «abra os olhos» para o sofrimento do povo
VENEZUELA/«abraosolhos»
Bispos católicos
pedem a Maduro que «abra os olhos» para o sofrimento do povo
Fev 15, 2019 - 16:37 Ecclesia
Vice-presidente da Conferência
Episcopal destaca a necessidade de «uma mudança de orientação no país a nível
sociopolítico e económico»
A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), pela voz de D.
Mario Moronta, bispo de San Cristóbal, pede ao presidente do país, Nicolás
Maduro, para que “abra os olhos” e não ignore o sofrimento e os anseios do
povo.
Numa entrevista
publicada hoje na página online da CEV, D. Mario Moronta, vice-presidente do
referido organismo da Igreja Católica na Venezuela, exorta Nicolás Maduro a
“escutar o clamor das pessoas que anseiam não apenas pela liberdade e
democracia, mas também por verem salvaguardada a sua dignidade”.
Aquele responsável
católico recorda que “desde há vários anos que o povo da Venezuela reclama uma
mudança de orientação no país, ao nível sociopolítico e económico”.
“E a Igreja Católica
tem insistido na importância do povo ser escutado. A liderança política, os
responsáveis sociais e económicos, todos têm de estar ao lado do povo”, reforça
D. Mario Moronta.
Na mesma entrevista,
o vice-presidente da CEV refere-se ainda a Juan Guaidó, presidente da
Assembleia Nacional da Venezuela e que já foi reconhecido por vários países,
como os Estados Unidos da América, e pelos estados-membros da União Europeia,
como o legítimo presidente venezuelano.
Para D. Mario
Moronta, Juan Guaidó tem pautado a sua ação por um “protagonismo positivo e
assumido em favor do povo”.
No entanto, aquele
responsável católico recorda que “as mudanças podem e devem ser realizadas pelo
povo venezuelano”, pois são as pessoas que representam “o sujeito social, como
indicam os documentos da Igreja”.
Quanto ao papel da
Igreja Católica na mediação de todo este conflito, o vice-presidente da
Conferência Episcopal Venezuelana frisa o empenho em “construir pontes” e em
“fazer tudo o que seja preciso para favorecer uma transição justa e pacífica”.
A missão da Igreja
nesta questão inclui “não só ações concretas para a melhoria da qualidade de
vida das pessoas mas também a dinamização de “uma tomada de consciência”, da
necessidade de “melhorar a situação e a promoção de líderes sociais capazes de
apontar ao desenvolvimento integral do país”, frisou D. Mario Moronta.
O bispo de San
Cristóbal, em Táchira, enalteceu neste âmbito “a colaboração que tem existido
entre a Igreja Católica da Venezuela com as várias Igrejas da América Latina,
em especial com Cúcuta, na Colômbia”.
“Isto é uma garantia,
porque quando as pessoas acorrem a uma entidade de tipo social e optam pela
Igreja, elas vão com a esperança e a segurança de serem atendidas e
consideradas na sua condição humana”, aponta aquele responsável católico.
No âmbito da crise
social e económica que afeta a Venezuela, foram criadas na Diocese de San
Cristóbal várias estruturas de apoio às populações, com a colaboração de
diversas Igrejas da América Latina.
Os projetos incluem
desde cantinas a centros de acolhimento, para que as pessoas mais
desfavorecidas ou que perderam grande parte dos seus bens não fiquem
desprotegidas nas ruas ou não caiam nas mãos do crime organizado. JCP|Ecclesia
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