ANO MISSIONÁRIO/discípulos Sermão do Encontro: Bispo D. Nuno Brás desafia cristãos a serem “verdadeiros discípulos do Senhor”


ANO MISSIONÁRIO/discípulos
Sermão do Encontro: Bispo D. Nuno Brás desafia cristãos a serem “verdadeiros discípulos do Senhor” 
Por Luisa Gonçalves in JM
Foto: Duarte Gomes
 O Bispo do Funchal aproveitou o Sermão do Encontro, um dos momentos da Procissão dos Passos que este domingo, dia 24 de março, percorreu algumas artérias da nossa cidade, para desafiar os cristãos a serem “verdadeiros discípulos do Senhor”.
Numa reflexão sobre este momento, que já foi vivido “naquele ano de 33 por muita gente”, o prelado disse que eventualmente iriamos ser como as pessoas de então: “gente que passa, gente que ignora, gente que não tem a mínima noção de estar a viver o centro da história, de estar a viver o primeiro momento principal da vida da humanidade”. 
Ou então, continuou, seríamos como os discípulos que, mesmo tendo sido escolhidos por Jesus, “quando vêem chegar o momento de dizer sim eu também sou cristão, eu também sou de Cristo fogem, cada qual para seu lado”. Também nós, tantas vezes, acabamos por tomar uma atitude semelhante. Somos uma espécie de cristãos de fim de semana, que vão à missa ao domingo e que não querem saber de mais nada.
Apenas João e a Virgem Maria tiveram uma verdadeira atitude de discípulos, escutando e entregando-se verdadeiramente a Jesus, mesmo quando Jesus, o seu filho inocente, é condenado à morte na cruz.
“A Virgem Maria é a imagem da Igreja, e é ela que tem a atitude que todos nós gostávamos de ter. No meio de toda aquela multidão, ela é a única que percebe o que se está a passar. E por isso é a única também a quem Jesus diz: aí está o teu filho”, disse D. Nuno Brás para logo acrescentar que, naquele encontro, foi a ela que Jesus disse “cuida deste discípulo”. 
Até então, Maria tinha cuidado do filho de Deus, mas a partir daquele momento “recebe uma outra missão: a de cuidar dos discípulos, a de cuidar de cada um de nós”. 
Depois de sublinhar que “várias são as atitudes que podemos tomar diante de Jesus”, D. Nuno questionou os presentes em relação a qual delas tomar “diante do Senhor que passa por nós nestas ruas, que não de Jerusalém, mas do Funchal”. Será que vamos ter “uma atitude de indiferença”, que vamos gritar “à morte, à morte, crucifica-o, crucifica-o?”, ou a “atitude dos discípulos covardes, que não são capazes de dizer e de assumir que são cristãos e de mostrar como é bom ser cristão?”. Ou vamos ter “uma atitude como a da Virgem Maria que aceita esta missão, esta tarefa, que Jesus na cruz lhe confia: cuida dos discípulos! Cuida dos meus irmãos!”.
O prelado terminou desejando que “O senhor nos ajude a sermos verdadeiros discípulos, a encontra-lo como a Virgem Maria foi capaz de O encontrar ao longo de toda a sua vida, mas de uma forma muito particular na Cruz. Entreguemo-nos a Ela e peçamos ao Senhor a Graça de sermos discípulos como Maria: capazes de seguir o Senhor, custe o que custar”.
A Procissão dos Passos teve início, como é habitual, na Igreja do Colégio, onde o prelado começou por proceder à bênção das cruzes de que os fiéis se faziam acompanhar. Seguiu depois para a Sé, em cujo adro se deu o encontro e voltou à Igreja do Colégio, onde foi depois celebrada a Eucaristia.

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