Papa Francisco e rei Mohammed VI assinam apelo conjunto sobre estatuto de Jerusalém
MARROCOS/jerusalem
Papa
Francisco e rei Mohammed VI assinam apelo conjunto sobre estatuto de Jerusalém
Mar 30, 2019 - 16:04
Responsáveis
pedem respeito pelo caráter «multirreligioso» e universal da cidade
Foto: Lusa |
O
Papa Francisco e o rei Mohammed VI, de Marrocos, assinaram hoje- 30.03 - em Rabat um apelo conjunto sobre o estatuto de
Jerusalém, “cidade santa e lugar de encontro”.
Os
dois responsáveis apelam ao respeito pela identidade “multirreligiosa” de
Jerusalém, que o Governo de Israel reclama como capital, sublinhando a
“unicidade e sacralidade” deste lugar e a sua “particular vocação” como cidade
de paz para judeus, cristãos e muçulmanos.
“Consideramos
importante preservar a Cidade Santa de Jerusalém/Al Qods Acharif como
património comum da humanidade e, sobretudo, para os fiéis das três religiões
monoteístas, como lugar de encontro” “e símbolo de “coexistência pacífica”,
pode ler-se no texto, assinado esta tarde.
O
documento não tinha sido anunciado pelo Vaticano nem a assinatura do mesmo
integrava o programa oficial do Papa, que decorre entre hoje e domingo.
Francisco
e Muhammed VI sublinham o “caráter específico e multirreligioso” de Jerusalém,
desejando que “sejam garantidas, na cidade santa, a plena liberdade de acesso
aos fiéis das três religiões monoteístas”, tendo em vista “um futuro de paz e
de fraternidade sobre a terra”
O Papa
chegou hoje a Rabat e visitou esta tarde um instituto de formação para imãs,
pregadores e pregadoras do Islão, num gesto inédito.
Em
2018, Francisco defendeu que “só um estatuto especial, também reconhecido
internacionalmente, pode preservar a identidade de Jerusalém, a sua vocação
única enquanto lugar de paz, que abra a um futuro de reconciliação e esperança
para toda a região”.
No
final de 2017, o presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump,
reconheceu oficialmente Jerusalém como a capital de Israel, decisão seguida por
outras nações.
O
Papa dirigiu então um apelo para que todos saibam “respeitar o status quo da
cidade, em conformidade com as respetivas Resoluções das Nações Unidas”.
“Jerusalém
é uma cidade única, sagrada para os judeus, os cristãos e os muçulmanos, que
nela veneram os Lugares Santos das respetivas religiões, e tem uma vocação
especial para a paz”, declarou.
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