QUARESMA/Portalegre/CB Diocese assume desafio de criar proximidade, perante isolamento e envelhecimento da população
QUARESMA/Portalegre/CB
Diocese
assume desafio de criar proximidade, perante isolamento e envelhecimento da
população
Mar 18, 2019 - 16:42
D. Antonino Dias diz que comunidades não se medem pelas pessoas que têm,
mas pela “capacidade de amar” e “estar abertas a cuidar do outro”
Foto: Agência ECCLESIA/PR |
O bispo de Portalegre-Castelo Branco quer que a pastoral social chegue, com
os seus respetivos núcleos, a todas as paróquias da diocese, promovendo uma
cultura de proximidade, perante o isolamento e o envelhecimento da população.
“Há muita espécie de pobreza e há muitas maneiras de manifestar a
proximidade que nós queremos nas comunidades”, disse à Agência ECCLESIA D.
Antonino Dias.
O auditório Elvino Pereira (Mação) recebeu este sábado a assembleia sobre
‘Comunidades cristãs e ação social: o desafio da proximidade’, promovida pelo
Secretariado da Pastoral Social e Mobilidade Humana da Diocese de
Portalegre-Castelo Branco, com a participação de cerca de 250 pessoas.
Para o bispo diocesano, as comunidades não se medem pelas pessoas que têm,
mas pela “capacidade de amar” e “estar abertas a cuidar do outro”.
“Se uma paróquia não existir para dar respostas às pessoas, para que é que
queremos a paróquia?”, questiona.
Num debate sobre possíveis novos modelos paroquiais, D. Antonino Dias
recorda que a sua diocese tem uma realidade territorial muito distinta, que vai
do Alentejo à Beira, passando pelo Ribatejo.
O principal objetivo, precisa, é que “cada paróquia procure dar a resposta
possível, que funcione”, num “serviço à comunidade humana”.
“A cultura mudou, há o intercâmbio que a mobilidade facilita, há muitas
maneiras de estar na vida”, assinala, exigindo respostas diferentes, inclusive
para os que “não têm consciência da pertença” ou “passam esporadicamente” pelas
comunidades católicas.
O bispo de Portalegre-Castelo Branco assume os desafios que o isolamento e
uma população idosa representam, num território que em 2017 foi particularmente
fustigado pelos incêndios florestais.
“A diocese ficou tremendamente marcada. Este concelho de Mação, que os
meios de comunicação quase não falam dele, foi dos mais devastados”, realça D.
Antonino Dias.
O responsável refere que, além da reconstrução do que foi destruído pelo
fogo, “há necessidade de responder a outras carências que existem, à solidão”.
Elicídio Bilé, presidente da Cáritas Diocesana e do Secretariado da
Pastoral Social e Mobilidade Humana de Portalegre-Castelo Branco, considerou,
por sua vez, que “é cada vez mais premente que o setor social se organize”,
como um “testemunho da fé”.
“A Pastoral Social, testemunho dessa vivência cristã, deve ser organizada
de tal forma que os outros também olhem para nós de uma forma que os interpele,
que os possa motivar e não afastar”, assinala.
O responsável realça que a Igreja Católica tem sido pioneira, neste setor
social, “muito dinâmica nas respostas, com uma ação preponderante, não só no
caso dos incêndios”.
Num território desertificado, Elicídio Bilé defende maior abertura das
paróquias à “participação ativa dos leigos”, na organização e na dinamização da
“ação concreta que é preciso desenvolver”, em particular na “animação
comunitária”.
A assembleia diocesana teve como convidados o padre Tiago Freitas
(Arquidiocese de Braga), que falou sobre ‘Novos horizontes da realidade
paroquial’; e Juan Ambrósio, professor de Teologia na Universidade Católica
Portuguesa, que apresentou o tema ‘A ação social como proximidade: polo
identitário das comunidades cristãs’.
Em declarações à Agência ECCLESIA, Juan Ambrósio afirmou ser necessária uma
maior atenção à “questão da concretude da vida das pessoas”, proposta pelo Papa
Francisco para o itinerário da Igreja Católica, para que seja capaz de “ir ao
encontro” dos outros, sendo “proativa”.
“Hoje, a Pastoral Social tem de ser, cada vez mais, aquela que vai ao
encontro de e não aquela que está à espera que as pessoas com necessidades
venham ao seu encontro”, apontou.
PR/OC
A Diocese de Portalegre-Castelo Branco vai destinar 75 por cento da sua
renúncia quaresmal de 2019 para o apoio às Missões ‘ad gentes’, no âmbito do
ano missionário que a Igreja Católica em Portugal está a promover até outubro.
A outra parte da renúncia quaresmal na Diocese de Portalegre-Castelo Branco
será destinada para apoiar o Fundo Social Diocesano, gerido pela Cáritas da
região, e que se destina a suprir as necessidades das populações mais
carenciadas do território.
Em 2018, os donativos recolhidos destinaram-se à criação de uma estrutura
de acolhimento para órfãos da guerra e antigas crianças-soldado, na República
Democrática do Congo.
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