IÉMEN/acordopaz18 Esperanças de paz para o Iêmen
IÉMEN/acordopaz18
Esperanças de paz para o Iêmen
“É o início do fim da crise no
Iêmen: com estas palavras o Secretário Geral da ONU Antonio Guterres saudou o
acordo assinado em Rimbo, na Suécia, na quinta-feira, 13 de dezembro, entre os
rebeldes Hutis, considerados próximos ao Irã, e as forças oficiais do governo
pró-saudita. No país já morreram cerca de 85 mil crianças pela fome e doenças
Cidade do Vaticano
O acordo de Rimbo, na Suécia
traz uma pequena luz de esperança para cerca de 24 milhões de civis, dos quais
a metade crianças – cuja sobrevivência depende, segundo as Nações Unidas, das
ajudas humanitárias provenientes da comunidade internacional. Cerca de 80% das
ajudas passam pela cidade de Hudayda, porto estratégico no Mar Vermelho, que é
o ponto central da disputa e que envolve também a cidade de Taiz, que também é
disputada pelas forças de governo e os rebeldes.
Hudayda e Taiz: trégua para permitir o acesso das ajudas humanitárias
O início da revolta dos Hutis
remonta a 2004, mas formalmente a guerra entre a Coalizão Árabe guida pelos
sauditas e os revoltosos iniciou em 2015, com os ataques aéreos de Riad e dos
seus aliados nas áreas controladas pelos próprios Hutis, que têm o controle da
capital Sanaa.
O acordo - que já foi definido
histórico entre os dois chefes das delegações - define que Hudayda e Taiz sejam
o centro de uma trégua que permita o acesso às ajudas humanitárias e ponto de
segurança para centenas de milhares de civis.
O retiro das milícias Hutis do porto de Hudayda
O Acordo, entre as duas
delegações com a mediação do enviado especial da ONU Martin Griffiths, prevê a
retirada das milícias Hutis do porto de Hudayda. Essa retirada ocorrerá “nos
próximos dias” segundo a ONU.
No entanto, o chanceler
iemenita afirmou que o acordo sobre essa retirada militar é
"hipotético" até que seja implementado.
"Presumimos que a outra
parte vai se retirar", disse Khaled Al-Yamani. Isso demonstra a
persistente desconfiança entre o governo e os insurgentes.
As forças leais ao governo,
parte da coalizão árabe da qual faz parte os Emirados Árabes, deverão cessar os
ataquea aéreos, de terra e mar. E depois do retiro dos Hutis, o porto de
Hudayada será controlado por uma não definida “força neutra”.
As partes em conflito favoráveis ao termos
do acordo
Tanto
a Arábia Saudita como os rebeldes Hutis declararam através de seus respectivos
órgãos de propaganda, que são favoráveis ao termos do acordo. Esse prevê também
a troca de 15 mil prisioneiros, mas os detalhes operativos serão discutidos no
final de janeiro.
O
representante da ONU Guterres parabenizou dizendo que os acordos anunciados
nesta quinta-feira vão "melhorar a vida de milhões de iemenitas".
Por
outro lado, em Washington, o Senado dos Estados Unidos votou uma resolução que
veta o apoio militar à Arábia Saudita na ofensiva militar realizada pelo reino
no Iêmen.
O
secretário de Estado americano, Mike Pompeo, elogiou as negociações organizadas
pela ONU e disse que "a paz é possível" no país. "O trabalho
pela frente não será fácil, mas vimos como muitas das coisas que se
consideravam improváveis começaram a tomar forma", afirmou em comunicado.
Mais ajudas humanitárias
“Devemos
aproveitar esta oportunidade como primeiro passo fundamental para o cessar fogo
estável em todo o país, e fazer com que as ajudas e os bens comerciais sejam
acessíveis a todos, principalmente às crianças e famílias que mais necessitam”
disse Taner Kirolos, diretor do Save the Children.
"Somente
o fim da guerra pode dar um alívio à população iemenita, mas por enquanto a
comunidade internacional deve continuar a pressionar todas as partes e
enfrentar com urgência a crise humanitária para evitar uma verdadeira e própria
carestia”, concluiu Kirolos.
"Isso
significa reduzir as restrições sobre as ajudas humanitárias e sobre os bens de
primeira necessidade, estabilizar a economia em forte crise e acabar com os
combates. Respeitar os acordos da Suécia são um ponto crucial para a vida do
país". VaticanNews
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