FOME/crianças Papa reza pelas crianças com fome e diz que alimento «não é propriedade privada»
FOME/crianças
Papa reza pelas
crianças com fome e diz que alimento «não é propriedade privada»
Mar 27, 2019 - 12:02
Francisco apresenta reflexão
sobre o Pai-Nosso, destaca dimensão comunitária da oração
O Papa Francisco rezou hoje no Vaticano pelas crianças com
fome, sublinhando que o alimento “não é propriedade privada”, como ensinou
Jesus na oração do Pai-Nosso.
“Vai fazer-nos bem
parar um pouco e pensar nas crianças com fome: pensemos nas crianças que estão
em países em guerra, nas crianças famintas do Iémen, da Síria, nas crianças
famintas de tantos outros países, onde não há pão. No Sudão do Sul…”, disse,
perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a audiência
pública semanal.
Francisco convidou
todos os presentes a rezar com ele, por estas crianças: “Pai, dá-nos hoje o pão
de cada dia”.
A intervenção
destacou a necessidade de “empatia e solidariedade”, por parte dos católicos,
na sua oração e nos seus gestos concretos, com atenção à “fome das multidões”,
como Jesus.
Quantas mães e quantos pais, ainda hoje, vão deitar-se com o tormento de
não terem, no dia seguinte, pão suficiente para os seus filhos? Imaginemos esta
oração recitada, não na segurança de um apartamento cómodo, mas na precariedade
de um quarto a que é preciso ajustar-se, onde falta o necessário para viver”.
O Papa insistiu, na
sua intervenção, que “o alimento não é propriedade privada”.
“Coloquemos isto na
nossa cabeça: o alimento não é propriedade privada, mas providência a
partilhar, com a graça de Deus”, apontou.
Recordando um dos
pedidos do Pai-Nosso, pelo “pão de cada dia”, o pontífice destacou que os
“problemas mais concretos e diários” da humanidade podem tornar-se oração.
“A oração cristã
começa deste nível. Não é um exercício para ascetas; parte da realidade, do
coração e da carne de pessoas que vivem na necessidade, ou que partilham a
condição de quem não tem o necessário para viver”, declarou.
Foto: Lusa |
Francisco precisou
que este ‘pão’ significa também água, saúde, casa ou trabalho.
“O pão que o cristão
pede na oração não é o ‘meu’ – atenção, não é o ‘meu’ -, mas o “nosso”. Assim
quer Jesus. Ensina-nos a pedi-lo não só para si próprio, mas para toda a
fraternidade do mundo. Se não se reza desta maneira, o Pai-nosso deixa de ser
uma oração cristã”, realçou.
Após a reflexão, o
Papa deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa, encorajando todos
a ser “testemunhas do amor” que Jesus demonstrou.
“Que a cruz seja o
sinal duma vida de jubilosa doação ao próximo. De bom grado vos abençoo a vós e
aos vossos entes queridos”, acrescentou.
Francisco disse ainda
que a Santa Sé vai assinalar o centenário da restauração da independência da
Polónia, que reconheceu a 30 de março de 1919, com a plantação de um carvalho
vindo de florestas polacas nos Jardins do Vaticano.
OC
Comentários
Enviar um comentário