MULHERES/diaconadofeminino Igreja: Universidade Católica promove debate sobre diaconado feminino
MULHERES/diaconadofeminino
Igreja: Universidade Católica
promove debate sobre diaconado feminino
Mar 28, 2019 - 10:45 10 de abril em Lis Ecclesia
Autores
do livro «Mulheres diáconos – Passado, presente, futuro», que defendem
recuperação da «tradição», apresentam obra em Lisboa
A obra surge como um
contributo para o debate relativamente a um tema que já mereceu a criação, por
parte do Papa Francisco, de uma comissão específica.
A tradução para português tem
por base a colaboração entre o CITER (Centro de Investigação em Teologia e
Estudos de Religião, da Faculdade de Teologia da Universidade Católica) e a
Paulinas Editora, visando “abrir o debate acerca do diaconado feminino” entre o
público nacional.
“O livro apresenta três
tópicos interligados: as mulheres diáconos tal como elas são conhecidas através
de documentos históricos; o diaconado, tal como se tornou uma vocação
permanente na Igreja contemporânea; e aquilo que o futuro das mulheres diáconos
poderia vir a ser, se a Igreja restabelecesse a sua tradição de ordenar
mulheres para o diaconado”, assinala a introdução da obra, enviada à Agência
ECCLESIA.
Segundo os autores, este é “um
esforço conjunto que pretende ajudar a Igreja a recuperar a sua tradição
passada como meio de construir o seu futuro”.
Phyllis Zagano,
professora-adjunta de Religião, na Universidade de Hofstra (Nova Iorque, EUA) e
uma das autoras da obra, integrou a Comissão de Estudo para o Diaconado Feminino,
instituída pelo Papa.
A comissão tinha sido
anunciada a 12 de maio de 2016, durante um encontro de Francisco com a União
Internacional de Superioras Gerais (UISG) de institutos religiosos femininos.
O diaconado é o primeiro grau
do Sacramento da Ordem (diaconado, sacerdócio, episcopado), atualmente
reservado aos homens, na Igreja Católica.
O Concílio Vaticano II
(1962-1965) restaurou o diaconado permanente, a que podem aceder homens casados
(depois de terem completado 35 anos de idade), o que não acontece com o
sacerdócio.
O diaconado exercido por
candidatos ao sacerdócio só é concedido a homens solteiros.
Com origem grega, a palavra
‘diácono’ pode traduzir-se por servidor, e corresponde a alguém especialmente
destinado na Igreja Católica às atividades caritativas, a anunciar a Bíblia e a
exercer funções litúrgicas, como assistir o bispo e o padre nas missas,
administrar o Batismo, presidir a casamentos e exéquias, entre outras funções.
Na Carta aos Romanos (século
I), o Apóstolo Paulo faz referência a Febe, “diaconisa na igreja de Cêncreas”,
e há outras notícias de mulheres solteiras ou viúvas que, na Igreja dos
primeiros séculos, desempenhavam certas funções dos diáconos que não seriam
adequadas para homens no contacto com outras mulheres – nomeadamente em cuidados
a doentes e ritos batismais (imersão e unções).
Esta instituição foi
desaparecendo com o fim do Batismo por imersão e a generalização do Batismo das
crianças.
O Papa escreveu na sua
primeira exortação apostólica, ‘A Alegria do Evangelho’, que a Igreja Católica
tem de “ampliar os espaços” para uma presença feminina “mais incisiva”.
Francisco quer ver essa
presença alargada aos “vários lugares onde se tomam as decisões importantes,
tanto na Igreja como nas estruturas sociais”.
O Papa convocou responsáveis
eclesiais e os teólogos, para que ajudassem a “reconhecer melhor” o “possível
lugar das mulheres onde se tomam decisões importantes, nos diferentes âmbitos
da Igreja”.
A exortação apostólica deixa
claro, no entanto, que o “sacerdócio reservado aos homens, como sinal de Cristo
Esposo que Se entrega na Eucaristia”, é uma questão que “não se põe em
discussão”. OC|Ecclesia
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